Pelas previsões do InspiraMais que mostrou elementos para confecção de acessórios para o inverno 2015, o Minimalismo deve passar ao  largo do setor de couros e laminados. Um dos corredores do Centro de Convenções do shopping Frei Caneca foi quase todo ocupado por fornecedores de adereços. Strass, cristais, pedrarias, aplicações metalizadas, tudo indicou que a era punk acabou e vamos usar sapatos e bolsas com enfeites de arabescos e brilhos. Falo do fim do punk por não ter visto spikes em lugar nenhum.

Flores e borlas em palha da Palhas Fashion

Nesta do enfeite, destaque para a Palhas Fashion, o trabalho de Eunice Dona, que lá de Birigui (SP) faz adereçps lindos de palha. Muitas flores e principalmente borlas de palha natural com alguns fios brihantes. Borlas que os fashionistas gostam de chamar tassels, em inglès e Eunice define como penduricalhos. Seja qual for o nome, são lindos.

Se não tem bordadeira, o processo do Hanauer providencia o visual de miçangas nos acessórios

Outro artesão que chamou a atenção pelo que expôs nas vitrines do Fórum de tendências foi André Hanauer, de Novo Hamburgo. Além de belas flores de couro André aplica pelo processo Hotfix estampas que parecem bordados de miçangas. ” Já não se encontram mais bordadeiras que saibam aplicar miçangas no couro. Esta é uma solução para este tipo de moda”. disse André.

Carteira com referência cubista, pesquisa da grife Casquinha

A casa da infância serviu como base para integrar a coleção ao tema Chuva

Um personagem competente no ramo dos acessórios é Jairo de Andrade, gaúcho que sempre encontro nas Premiéres Visions, em Paris, como expositor dos produtos Casquinha. Ele não pretende participar da edição de setembro do salão francês. ” A crise está muito grande. Os portugueses nem vão mais, dos espanhóis vão apenas dois; Carolina Herrera, que comprava 300 carteiras minhas, agora compra apenas 50. Não vale a pena, mesmo com o incentivo do governo, que ajuda a pagar o custo do espaço”, contou Jairo, que fundou o Teatro de Arena em Porto Alegre, depois de se formar em Arte Dramática. Na faculdade, aprendeu a criar e confeccionar figurinos e cenários.  Aproveitou o estudo e abriu uma fábrica de brinquedos pedagógicos, que ajudassem no estudo da Matemática Concreta. Levou um calote do governo, que havia comprado seus produtos e resolveu abrir a Casquinha, com as mesmas máquinas. E faz sucesso com suas caixas, carteiras e objetos de madeira.

Jairo de Andrade, destaque na moda brasileira, frequentador dos salões internacionais 

” Usei o tema Chuva em uma caixa com a imagem da casa onde cresci, na campanha do Rio Grande; a chuva são rabiscos terminados em cristais sobre o acrílico que lembra as manhãs de cerração”

Agora, Jairo estuda formas de interpretar o Cubismo na Casquinha e pretende voltar aos salões de Paris. Mas deve trocar a Premiere Vision pelo Bijhorca, feira mais focada, com espaços menores e no centro de Paris.