A Leader adere à onda de aliar as it-girls e blogueiras para glamurizar suas coleções. No caso da Heleninha Bordon, deu muito certo. Por dois motivos: as roupas seguem um conceito entre o básico e o bo.ho. São dois estilos amados pelas cariocas. E segundo, porque sabiamente a Leader montou a coleção não só os diminutos tamanhos das beldades modernas, como avançou até generosos 46 ou 48. Os quimoninhos, por exemplo, podem ser usados democraticamente por todos os tipos e na coleção normal da rede há jeans que acompanham bem estas peças coloridas. E claro, há o terceiro motivo de sucesso: os preços vão de R$ 39,99 a R$ 159,99.

As listras aparecem no vestido longo (este, vale para as magras, porque sabem como é, listras horizontais engordam a figura. E na camiseta, eterna e democrática 

Camisa tiedye, shorts jeans, quimoninho estampado, ítens que compõem um look bo.ho na coleção Essential Summer. by Heleninha Bordon

Rendado e franjado, modelos com vocação festiva, sem deixar de lado o espírito artesanal chique

fotos: Gabriel Wickbold

Beleza: Marcos Proença e Nadia Tambasco

Styling: Lee Oliveira

Helena Bordon é paulistana, filha da Donata Meirelles, que trabalhou com Eliana Tranchesi na Daslu. Quer dizer, é menina criada em meio ao melhor da moda internacional. Tem o instagram.com/helenabordon e o www.helenabordon.com, considerados muito influentes no panorama da moda.

Portanto, é uma das consideradas blogueiras (apesar de não estar no blogger.com) brasileiras. Como classificar esta categoria? Não são profissionais, não são jornalistas, nem pretendem ser. Fazem diários de estilo, comentam o dia a dia próprio e conquistam seguidoras que gostariam de ser como elas. Com isto, conseguem vender roupas e acessórios com uma rapidez impressionante. São vitrines vivas, dão aval para marcas que agora pagam para serem citadas. Assinam coleções dentro de lojas populares e grandes marcas industrializadas.

Não são modelos, nem atrizes famosas. Muito menos editoras que analisem modas e coleções. Têm um público no emaranhado da rede web, um veículo novo, que dispensa gastos com papel e gráfica. Ao mesmo tempo, como declarou Camila Coutinho (do blog Garotas Estúpidas), “é importante aparecer na mídia impressa”.

Quer dizer, blog de moda é um fenômeno quase inexplicável. Combina aspectos didáticos com sonhos de consumo e fatura mais do que muita mídia impressa. Usa imagem pessoal – coisa que em geral é negado a jornalistas, que precisam ter imagem neutra. Ganham para fazer muitos dos comentários – outro lance proibido para jornalistas. Mas e daí? É um novo meio de comunicação, que favorece o varejo. Talvez não forme marcas, porque elas são consideradas mais importantes do que as grifes. Mas vendem o que vestem e comentam, e atualmente é isso o que importa.