A culpa é do smartphone

Mudanças fazem parte: sobem bainhas, descem cinturas, aumentam estampas. E há mais mudanças nos hábitos deste universo. Quando comecei a editar o site, nos idos dos anos 1990, poucos profissionais da área sabiam ligar o computador e afirmavam isto com um certo orgulho.

Só que, assim como na moda, as novidades acabam por se impor. Superado o medo do bug do milênio (ano 2.000, quando acreditava-se que todos os computadores iam parar), o mercado foi inundado por ofertas de computadores, notebooks, laptops, tablets. Com a chegada dos smartphones, a moda se rendeu à linguagem digital.

Nos eventos, a resistência durou muito. Se a plateia empunhava seus equipamentos para filmar ou fotografar (mal, diga-se de passagem) os desfiles, os organizadores ainda desconheciam quem trabalhava online.  Preferiam as celebridades, povo do BBB, atrizes e atores da Globo.

Acontece que atualmente são raros os veículos impressos. E abundam os digitais. As celebridades cobram caro, quando se dispõem a assistir a um desfile, depois de quase soterradas por equipes de entrevistas. O que se vê hoje é o prestígio das meninas blogueiras, que invadiram a fila A, dão entrevistas para jornalistas, saem lindas nas TVs. Nesta SPFW, o Twitter Brasil vai reunir um grupo de blogueiras _ agora são influenciadoras _, que terão acesso aos camarins, com possibilidades de instagramar, twittar, snapchatear, o que quiserem postar.

Como as bainhas, muda também o conceito de quem importa nas plateias da moda.