Para quem ainda estranha a invasão da tecnologia digital em tudo, desde cobranças até pagamentos de compras (como na rede brasileira Memove, de moda, onde você não precisa pagar no caixa humano), tenho mais uma notícia _ ou melhor, uma descrição _ de como é feito um vestido atualmente. A coleção é Ludi Naturae, da holandesa Iris Van Herpen, que desfila na semana de Alta Costura de Paris. Vejam só como foi feito este vestido Folhagem:
O tecido foi colocado em uma impressora 3D, que usa tecnologia Polyjet para imprimir materiais diferentes simultaneamente. O vestido foi impresso diretamente sobre tule de 0,8mm, resultando em maciez incrível. O material de resina endurece quando exposto à luz ultravioleta. Alternando três variações deste material em nível de gotas, aos poucos, conseguimos variações de cores e transparências.
Pesquisadores desenvolveram um modelo paramétrico para traduzir padrões 2D em dados 3D, definindo as variações de cores e transparências.
Depois de 260 horas de impressão 3D, as partes chegaram à sua forma final, depois do pós-processo, quando o estresse do material define os elementos. Este design é uma fusão do controle preciso da modelagem 3D e da menos previsível natureza analogica da deformação.
Trabalho feito em colaboração com TU Delft (Universidade Técnica de Delft, na Holanda)
E mais / gente, não espero que vocês entendam esta história. Iris Van Herpen é famosa por experiências futuristas na moda. Só que, do jeito como avançam, estes processos serão rapidamente absorvidos pela in dústria do vestuário. Nem digo que seja da moda, porque tenho um lado ingênuo que acredita no bordado feito por mãos, no tecido do tear, das pessoas nas máquinas de costura. Mas a grande indústria, superando o tempo exigido pela impressora 3D, (260 horas!) vai se jogar nesta tecnologia / E dizer que Delft era conhecida pela cerâmica azulzinha, que todo viajante trazia como souvenir / Sinto que estudantes interessados em aprender moda vão começar a trocar de roteiro: saem da London School (St. Martin) e vão mexer nos computadores e impressoras da Universidade de Delft. É o Futuro _ ou melhor, já é o Presente, pelo menos para Iris Van Herpen / só um toque saudosista: o nome da coleção, Ludi Naturae, é em latim, uma das línguas mais antigas que existem. Significa Jogos da Natureza. Nem tudo é tão futurista assim…