Inesgotável fonte de inspiração, o mar. Depende da criatividade de cada um interpretar os seres, as cores e os segredos do mundo aquático como moda. Se vimos as pérolas e algas no desfile Chanel, em outubro, achando que Lagerfeld tinha encontrado o máximo de resultado derivado do mar, nos surpreendemos com a coleção Iris lançada pela H. Stern em maio. Notem bem, a primeira leva de jóias saiu em maio, meses antes do desfile Chanel. O processo de criação, desde que os designers da casa começaram a imaginar as formas e fontes, iniciou há mais de um ano e meio.
Fontes e formas – o lançamento na loja da esquina da rua Sete de Setembro com avenida Rio Branco foi simples e completamente eficiente, porque os convidados viram de perto cada jóia. Começando pelas conchas Mia Mares, em ouro rosé com ou sem pavês de diamantes (esta foi a de maio). Em todas as peças há cores diferentes de ouro, principalmente no avesso das jóias, um cuidado de alta qualidade.
Outros tipos de conchas inspiraram os brincos de pedras mais coloridas, ainda muito delicadas, com safiras rosas e pontos de diamantes. Ou safiras verdes, que remetem às cores do mar, sempre em ouro nobre e rosé.
Em outro set, a inspiração foi o ouriço do mar, que resultou em brincos e anéis formados por bolinhas de tamanhos irregulares, soldadas uma a uma. Os anéis maiores têm diamantes, os menores snao lindos, em ouro rosê fosco.
Brilho máximo – na outra parede da sala, o brilho ofusca. As espirais das conchas e ondas, em ouro rosê fosco têm cravações com garras mais aparentes, que remetem a formações rústicas do fundo do mar, as chamadas cracas. Quem diria, que as cracas virassem pingentes, anéis e brincos tão belos.
Mas ainda vem uma linha mais incrível, inspirada em um tipo de polvo, o Nautilus Pompilius. Maravilhoso, o anel com um grande topázio incolor sobre o aro de ouro nobre com tentáculos que cercam a pedra. No brinco, os tentáculos abraçam a orelha.
As espumas são imitadas até na leveza, nos brincos em rosê fosco com uma bordinha de ouro nobre com tirinha de diamantes. Tudo, articulado, movimentado.
Um pouco Art Deco, a linha de brincos com aros de ouro rosé com avesso de ouro polido e a base de diamantes. E o grand finale, os brincos de ouro nobre oxidado com autênticos diamantes negros. Estes são para quem entende e ama jóias, porque diamante branco existe aos montes, e o verdadeiro negro é muito mais raro.
Onde e quanto – esta coleção chega às lojas H. Stern em fins de novembro (ótimo, para as listas de presentes de Natal). Várias lojas recebem a linha completa, mas se nos apaixonarmos por um determinado modelo e ele não estiver disponível na loja favorita, em 24 horas estará nas suas mãos. Ou orelhas, ou pescoço…
Os preços são a partir de R$ 3.700, ou em 10 vezes R$ 370, para ter uma história de mares para lembrar, feita em ouro rosê e diamantes.
Intervalo / adoro as histórias que o Christian Hallot, querido amigo da H. Stern, conta sobre as coleções. “Esta se chama Iris, que era a deusa mensageira favorita de Zeus. Filha do Deus dos Oceanos e da Deusa dos Mares, Iris inventou o arco-íris. Do seu nome saiu também o efeito iridescente, visto nas conchas e pérolas”/ Adoro, fico imaginando o efeito destas referências na cabeça dos designers / um detalhe: não há uma pérola nem uma madrepérola. Muito menos um coral na coleção Iris. Nada é óbvio, tudo é design / tipo “você sabia?”: a turmalina paraíba é a pedra mais cara do mundo, se tiver mais de 15K e for de alta qualidade. O tom azul-piscina, indescritível, lembra a Gruta Azul, o mar do Caribe, uma luz neon / um rubi acima de 30K vale mais do que um diamante / mas o diamante continua sendo a pedra cobiçada pelas mulheres. Acho que foi a De Beers, que investe há décadas em campanhas dizendo que diamantes são símbolo de tudo de bom. Porque antes, só se falava em solitário, e olhe lá. Era considerado antigo e demodê / ai, estes modismos… / hum, tão preciosos quanto as jóias, os macarons de violetas do Eça, o restaurante dentro da H. Stern