20h40
O próprio diretor do Dragão, Claudio Silveira, participa da criação e organização desta coleção, considerada A coleção do evento, é a que mostra o trabalho das rendeiras, bordadeiras, enfim, as artesãs de comunidades, com a interferencia das atualidades fashion. Nem por isso vamos passar a mão nas cabeças e cair de elogios pelo valor social da Kza – é mais um desfile dentro de uma semana de desfiles.
Portanto: acho que podia ser melhor. Não pelo trabalho artesanal, que se destacou nas calças de renda, na camiseta com mangas de crochê, na saia de crochê dourado, nos bordados nacarados de vestidos e nos cardigãs de tricô. Podia ser melho no lado do styling, ou na vontade de mostrar modernidade. Resultado, um monte de franjas longas, que escondiam as peças. Muito panejamento, muito tecido brilhante escondendo os cintos e colares.
Deve ser mais ou menos por aí, para demonstrar que o artesanal pode ser sofisticado e cool. Uma insegurança que também deve ter motivado a convocação de modelos top como Bárbara Berger, Michelle Provenzi, Carmelita.
Não precisava de tudo isso, Cláudio.O trabalho da coleção é ótimo, pode ser exibido sem medo nem franjas.
20h50
Vale ter: a camiseta com mangas trabalhadas. Sem o rabicho franjado
Só no show: os casaquetos e vestidos com estampas de flores rebordadas
Intervalo / como a Internet na sala de imprensa é fraca, no hotel o wifi só vai até o sétimo andar e eu estou no décimo, a atualização do site fica lenta. As fotos dos desfiles de segunda-feira foram postadas antes dos textos. O que provoca comentários de fatos que aconteceram na terça, nestes posts de segunda / comento isto, porque na palestra de Eduardo Mota, na tarde de terça, o comentário de encerramento teve tudo a ver com o desfile da Kza. Eduardo falava dos regionalismos na moda, cada vez mais presentes. E arrematou dizendo “quando alguém afirmar para um profissional de moda que os regionalismos estão out, tenham certeza que é um concorrente, tentando desviar o colega do bom caminho. “. É isso mesmo: principalmente no Brasil, onde o artesanato é cultivado praticamente de mãe para filha, ou em comunidades carentes, ele equivale ao status das funcionárias das Maisons de Alta Costura, de Paris. Só espero que a evolução destes trabalhos não siga o caminho da Índia, onde as bordadeiras ganham pouco, para bordar o luxo da moda internacional