A partir de pesquisa de culturas que exploram o corpo como expressão de arte, Lenny Niemeyer surpreendeu mais uma vez. Começou calma, com maiô brancos com rostos, trechos em tela preta saindo por uma das cavas. Maiôs bem fechados, decote reto alto. Enveredou por biquínis e vestidinhos curtos com estampa de strelitzia, a flor de pétalas pontudas, com trechos maiores da tela. No meio da praia, enxertou saias-lápis de cintura no lugar, lindonas, na mesma Lycra dos maiôs. Do fundo do mar, vieram estampas em azuis em biquínis de sutiã de decote quadrado e alças largas, inovadores em matéria de modelo. Quando chegou a parte da estampa constelação, logo depois da Raica adentrar pela sala, os telados ganharam mais espaço e brilhos. E a história acabou no maiô todo telado de tiras pretas, fenômeno de modelagem e corte. Arrasou e levantou metade da platéia. A outra metade, da imprensa, não levantou porque estamos sempre com câmeras, cadernos, iPads e iPhones registrando tudo, sem se mexer.

Intervalo / certos desfiles, digo sempre, valem viagens, passar fome o dia inteiro, sair de casa no feriado. A Lenny faz isto com a gente, nos tira de casa, felizes por ter um convite que nos dê acesso a este espetáculo de 10 minutos que não se repetem / a Blue Man vendeu bem no Fashion Business, Tomas e Sharon Azulay estavam felizes / a comidinha da sala de imprensa está racionadinha

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