Edson Scorcelli, amigo publicitário e viajante, voltou agora de Buenos Aires. Descobriu um hotel novissimo, central e com preço bom – raridade em B.A., cidade de hotéis antiguinhos. Conferiu uma certa decadência em Puerto Madero – que pena, um lugar tão lindo. E dá boa orientação para quem tem mania de comprar sem pensar.

  • Na Maipu 907, no Centro, próximo ao Retiro, fica o novíssimo hotel Pulitzer onde me hospedei. É de uma rede espanhola e tem decoração moderna e serviço eficiente. Se fizer reserva com bastante antecedência o preço fica interessante. A Maipu é paralela à Calle Florida. Atenção: não coma no Café Ditali, em frente ao hotel, tudo lá é ruim.
  • Se você já conhece Buenos Aires, evite aqueles programas previsíveis. Melhor um passeio na Recoleta, Retiro, Puerto Madero, Palermo Soho e Hollywood. Se não conhece a cidade, vá também ao Caminito, feirinha de San Telmo, Túmulo de Evita Perón, mas evite os shows de Tango com jantar incluso.
  • Bobagem fazer muitas compras na Calle Florida, no momento. Apesar de o Real valer o dobro do Peso argentino, tudo lá está com preços iguais aos daqui ou ainda mais caros. Um casaco de couro não sai por menos de 1000 pesos.
  • A inflação é evidente porque quase não se recebe mais moedas. As poucas que me deram, deixei como gorjeta para as camareiras do hotel, para não ter de trocar no aeroporto.
  • Prefira os táxis da Premium e City taxi que são de empresas confiáveis. Mesmo assim, ainda há (poucos) motoristas que dão voltas desnecessárias para você gastar mais. Do aeroporto de Ezeiza para a cidade e vice e versa, a tarifa é de 180 pesos. Se pegar um da empresa Taxi Ezeiza (Tel.: 5480-0066) tem desconto de 20 pesos na volta.
  • O pequeno La Cabrera, em Palermo (J. Antônio Cabrera, 5099) é, talvez, o melhor restaurante de carnes da cidade, mas há filas de brasileiros na porta que fazem a espera não ser inferior a 45 minutos. Se quiser comer num lugar um pouco mais simples, mas frequentado por argentinos e com carnes maravilhosas opte pelo Dom Júlio, no mesmo bairro (Guatemala, 4699).
  • O Cassino de Puerto Madero está remodelado e imita os de Las Vegas. Vale a pena fazer uma fezinha nas máquinas. O Brasil precisa repensar essa proibição, pois milhares de brasileiros gastam lá fora o que poderiam gastar aqui.
  • Dá raiva comparar o aeroporto Tom Jobim ao de Buenos Aires, Ezeiza está ficando lindo e com lojas bem montadas. Ao contrário do que acontece no nosso, as obras de expansão lá estão a todo vapor.
  • Óculos Ray Ban no Duty Free do aeroporto argentino saem pela metade do preço das lojas do Brasil.
  • O melhor sorvete de Buenos Aires não é o Freddo e sim o do Volta e do Pérsico. Não deixe de provar o de doce de leite crocante, do Pérsico. Uma das coisas da lista das que você tem de comer antes de morrer.
  • O Scuzi Café, na Recoleta (na Calle Vicente Lopez, mais ou menos no número 1600), tem as melhores mezza lunas que já comi na cidade. Saem do forno a toda hora, quentinhas. O café expresso colombiano servido lá é muito saboroso. Bom estar ali, à tardinha, em ambiente climatizado, enquanto do lado de fora fazia 8 graus de temperatura. Só dava para sair com luvas e cachecol.
  • A Tam foi pontual na ida e na volta e serviu bom lanche a bordo, com direito a vinho e uísque de qualidade.
  • A Falabella, loja de utilidades domésticas da Calle Florida, estava com estoque reduzido e poucas coisas interessantes. Buenos Aires é pobre em lojas de utilidades do lar. Comprei só temperos e geléias.
  • O Cabanã Las Lilas, excelente restaurante de carnes em Puerto Madero, está com preços absurdamente caros. Uma refeição com vinho não sai por menos de 300 pesos por pessoa. Aliás, é visível a decadência de Puerto Madero, que fervilhava há dois anos, e agora tem vários restaurantes fechados.
  • O Nucha Café (Juncal esquina com Paraná) na Recoleta tem refeições leves e gostosas com entrada e sobremesa incluídas e preço ótimo: 65 pesos.
  • O boicote argentino aos produtos brasileiros é impressionante. Apesar de vizinhos não encontrei nenhum produto nosso nas prateleiras dos supermercados. Até o café vendido lá é boliviano.
  • Um bom passeio a pé, a partir da Avenida 9 de Julho, é seguir pela Arenales até a Praça Vicente Lopez. Depois, entrar na rua de mesmo nome e ir até o Shopping Recoleta Mall.
  • Lá, no Shopping, há uma loja interessante de utensílios de cozinha: a Kitchen Company.
  • A minha dica final sobre compras é: pense bem e compre só o que você não encontra no Brasil, pois temos muito mais variedade de produtos por aqui. Use o seu tempo para curtir o way of life da cidade.

Edson Scorcelli (texto e fotos) é publicitário e acabou de voltar de Buenos Aires.

Foto 1: Calle Vicente Lopez – Recoleta (acima)

Foto 2: Av. 9 de Julho

Foto 3: Galerias Pacifico

Foto 4: Av. Quintana


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