Confesso que às vezes tenho vontade de trocar Paris por Milão ou Londres (também confesso que ainda não deu esta vontade em relação a Nova York). A moda italiana é tão boa, os ingleses são tão inovadores. Aí, faço planos, escolho hotel, cia aérea. E vejo um desfile de Paris.

 

Tem que respirar um pouco. Até os masculinos, que antigamente eram quase desfiles de show-room, quase sem platéia, estão espetaculares. Tanto no sentido de show, como foi Givenchy, como no conceito de roupa, como foi Saint Laurent por Hedi Slimane. Impecáveis!

Calça preta, meia e escarpin pretos, top de flores e casaco de seda vermelho. Atenção ao cabelo curtinho

Top tomara-que-caia, calça de seda, colar curto. Atrás, um look de seda verde-claro

Aí me vem Dior. Com a sala montada transparente, lá dentro aquecida e cheia de plantas. Deixando ver a neve caindo no jardim das Tuileries. Nem precisava ter coleção linda. E teve, com a inteligência do Raf Simons, que aos poucos vai destrinchando os arquivos da maison e acrescentando seus coloridos, que lhe deram fama durante a estada na Jil Sander. Agora, ele é mais do que cartela, é adorno, detalhe, formas. É cintura fina, calça de cetim, tomara-que-caia, saias rodadas. A essência da Alta Costura.

Longo cortado, como um minivestido sobre uma saia longa, com recorte na coxa. Cintura fina

Mais volume, no tomara-que-caia com flores aplicadas ou pintadas. Atenção ao sapato de bico fino, dourado com tira preta

Pois é, Milão e Londres ficam fora dos planos. Paris arrasa.

Fotos Marina Sprogis