Desta vez, a ida para as coleções foi tão corrida, que ainda não havia dado tempo de comentar a viagem em si. Basta lembrar que só cheguei no terceiro dia dos desfiles, infelizmente perdi o querido Manish Arora, e outros. Mas valeu, pelo número de bons convites, ótimos lugares e excelentes coleções.

 

Vamos falar da British, companhia aérea em que há muito não voava. Da última vez, em 2.000, foi em Executiva, mas aí é covardia – todas as empresas são boas acima da Econômica.

Pois vamos na Econômica, última fila da primeira cabine, vôo 0248 para Londres, com conexão para Paris.

Primeira boa surpresa: as poltronas (fila 24 no Boeing 777) reclinam, mesmo sendo as últimas. Os encostos têm apoios laterais para a cabeça, que se movem em vários sentidos, ficam bem adaptados e não saem do lugar quando se dorme.

A temperatura interna fria exige levar um moleton, porque a manta fornecida é pequena. Os compartimentos de bagagens de mão lotam rapidamente, tentem embarcar logo, para conseguir lugar para mochilas e etc.

Comida? Gostaria de pular este tema, mas tenho que avisar que não é grande coisa. A Air France e a Tam são melhores neste ponto. Opções entre massa ou frango? Peçam a massa, porque o frango pode ser apimentado, estilo cajun. Há vinhos, refrigerantes, a água sem gás acaba logo, fica só com gás.

Nas telinhas, excelente seleção, com todos os filmes do momento: Lincoln, Ana Karenina, séries de Tv, a rota do vôo…mas sem joguinhos! Magoei, adoro um Mahjong na madrugada.

Um detalhe: brasileiros preferem viajar com companhias brasileiras. Mas seria melhor se a British tivesse alguém falando português na hora dos avisos. É só em inglês, e cara alegre.

Em compensação, o check in no Galeão é ótimo.

Depois das turbulências de sempre, sobre o Equador, na costa da África e na entrada da Europa, olha-se o cartão de conexão e celebra-se: oba, chegamos e saímos no mesmo terminal, o 5! A festa dura pouco, o terminal é gigantesco, mal dá tempo de uma rápida ida ao banheiro. O portão de chegada fica a pelo menos 20 minutos corridos do portão de embarque para Paris. No que saiu do avião, siga as indicações em violeta, para passageiros em conexão.

Confira o número do vôo, veja se já tem o portão no quadro de vôos. Nem se preocupe em procurar a esteira de malas: a bagagem segue direto para a outra cidade, se houver continuação da viagem.

Pegue um trenzinho para o setor do portão, deve ser o B (pelo menos para Paris), suba escadas rolantes, desça escadas rolantes, passe pela segurança e corra para seu portão.

Sim, sim, eu sei que as lojas Duty Free do aeroporto de Heathrow são tentadoras, mas não pare – lembre dos compartimentos de bagagens de mão, que lotam.

A segurança londrina é rígida. Tire o computador da mochila, todos os objetos de metal (relógio, cinto). Nunca viaje de botas ou tênis de amarrar, calce sempre um mocassim, algo simples de tirar, se for o caso, na hora da vistoria. Como em todos os aeroportos, são proibidos líquidos a partir de 100 cl, pinças, vidros, etc. Se tiver nécessaire com coisinhas de make e vidrinhos pequenos de remédios, ponha dentro de um saquinho plástico que é dado antes do controle, saia com ele na mão, para mostrar na segurança.

 

Na volta, um vôo diurno, com conexão ainda mais rápida do que na ida. No meu bilhete, não podia ser feita uma ida para Londres na véspera, como já fiz com a KLM – voei de Paris para Amsterdam na manhã anterior, fiquei no Citizen M, maravilhoso hotel ao lado do aeroporto e embarquei no dia seguinte mais tranquila, para o Rio. Neste bilhete, não podia – a saída tinha que ser direta de Paris, depois uma corrida em Heathrow, de um portão para o outro.

A comida foi ainda mais estranha do que na ida, mas os banheiros não tinham filas e estavam limpos durante as 11 horas e tanto de voo. Para variar, os compartimentos estavam lotados, mas uma das comissárias achou um espacinho para a mochila de equipamento. Ato raro entre as tripulações atuais – quando avistam um passageiro carregado de bolsas de mão ou mochilas, somem da cabine…

Tanto o 0248 quanto o 0249 foram bons voos, com as habituais sacudidas nos lugares de sempre da rota. Na volta, apesar da aproximação do aeroporto ser em meio a temporal, foi uma aterrissagem tranquila e eficiente. E tanto ida quanto volta, de Boeing 777.

 

Só um detalhe: A British é boa, mas faz code share com a Iberia. Pode ser que seu bilhete seja British (ou BA, como todos falam), mas o voo seja Iberia. Nada contra, até porque voei com a cia espanhola uma vez, há muito tempo. Mas é bom saber que a conexão poderá ser em Madri (que também tem lojas maravilhosas na área de conexões internacionais) em vez de Heathrow. Perguntem pela companhia, na hora de comprar a passagem.