O que faz um bom evento? Ou o que bom um evento? Na moda, se depois de dias assistindo e quilômetros percorrendo estandes, descobrimos uma bela coleção, pronto: já valeu ter saído de casa. Esta edição do Minas Trend parecia fadada a decepcionar: poucos desfiles, nomes como Ronaldo Fraga e Mary Design, expoentes da moda mineira, ausentes das passarelas. Victor Dzenk abriu bem, com estampas de mar, homenageando Clara Nunes, vamos ver um trio poderoso amanhã à noite, Patricia Motta, Gig e Vivaz. Mas pareceu pouco, como imagens de um evento de moda. Roupas em araras e cabides não impressionam em fotos.
Enfim, aos poucos surge novidades que nos acalmam. Tereza Santos, ex-Patachou, atual TS Studio, atraiu para uma conversa que deu bons resultados. “Vivemos um momento importante na moda. Estamos buscando novos talentos, gente com qualidade, visão de produto, gestão de empresa. O Sindivest está investindo no programa Ready to Go, com 11 marcas que passaram por uma curadoria e apresentam seus trabalhos aqui no Minas Trend”, contou e logo completou que haveria uma premiação para os melhores do grupo. Quem decidiria os três vencedores? Claro: a imprensa!
Assim, descobrimos 11 novos nomes para a moda brasileira. Todos com histórias boas, dividindo lounges de três em três, fazendo suas vendas e com coleções dignas do adjetivo profissionais.
Laura e Lorena Andrade, da grife Llas, uma das integrantes do programa Ready to Go
Antes da premiação, que sairá na sexta-feira, vale saber um pouco destes novatos que já começam com sucesso, a julgar pelos lounges lotados de compradores:
Llas – proprietárias: as irmãs Laura e Lorena Andrade.
Rendas guipure recortadas e aplicadas uma a uma sobre tules ou sedas. Uma beleza
Lucas Magalhães – proprietário, o próprio, com experiência de desfiles no Rio Moda Hype
Traz o design gráfico para a moda. Transforma tecidos com a estampa em silk, gosta de alterar os tecidos pra ter exclusividade. Moderno
Ammis – proprietária: Ana Laura
Ricamente bordada em sedas e couros, um pouco étnica, um pouco clássica. Belos tons de coral e bom pied-de-poule
Virgílio Couture – proprietário: Virgílio Andrade
O mais ousado de todos, o que tem roupa de capa de revista. Mistura materiais como o neoprene com mangas de organza, tiras de algodão resinado, fechos aparentes com dois cursores. Uma nova alta costura
Thais Temponi – proprietária, a própria.
Em um mês e meio produziu a coleção inspirada na Sicília, terra do bisavô. Profusão de longos bordados à mão, em cores lindas. Alguns vestidos chegam a demorar um mês para ficarem prontos. Moda festa de sucesso no Minas Trend
La Pen – proprietária: Roberta Lapertosa
Inspirada em Arthur Bispo do Rosario fez bordados misturados, com linhas, pérolas, pedrarias. Destaque para os macacões de seda bordada. A mais cult do grupo
Jardin – proprietária: Barbara Renault
Composês de estampas inspiradas em Niemeyer, muitos modelos com recortes coloridos. Mas os mais bonitos jogam com diferentes texturas de branco
Anne est folle – proprietárias: irmãs Renata e Ludmilla Manso
Uma tentação, a coleção que mistura anos 20 e anos 90. Linhas retas, calças pijama, nada de estruturas, muito conforto. Uma futura Maria Bonita?
Lafê – proprietária: Larissa Fernandes
Destaque para as estampas inspiradas no Rio. Tem o bondinho, o Jardim Botânico, o calçadão, as escadarias da Lapa e da Penha
Lavi – proprietária: Andressa Gontijo
Conceito começa bem street, termina em jeans e longos. A marca tem três anos e já vende muito, em parte graças à grande quantidade de peças das coleções. Uma das grifes mais comerciais do grupo
Schleife – proprietária: Ana Flavia
Ela queria chamar a sua grife de Laço, mas como o nome já existia, decidiu pela palavra em alemão. Tem Animal Prints desde shorts até longos, com onças e pythons em desenho patchwork. Delicadas, as blusas de renda