Semana de moda em Paris democratiza o metrô. Como não adianta contar com taxis, porque nem sempre eles estão por perto, nem alugar carro, porque dá trabalho achar vaga (tenho visto a ação dos reboques nas ruas próximas dos Champs Elysées, É aquele lance de prender as rodas, brabeira), todos se atiram nas escadarias do metrô. Os passageiros comuns olham para as modelos, o bando de fotógrafos com equipamentos e malas, correndo pelos corredores. E as editoras internacionais, de verbas encurtadas (antigamente, tinham carro e motorista), também em pé nos vagões.

Hoje aconteceu uma certa maratona entre desfiles. Ir até o fim da linha para ver Maxime Simoens, depois trocar duas vezes para chegar ao Galliano. Confesso que colei o roteiro do caderno de compromissos de uma modelo alemã que sentou ao meu lado no metrô. Seguir, não daria certo, porque esta turma tem passadas largas, e precisa chegar cedo para make e cabelos.
As meninas mais requisitadas são levadas de moto de um lugar para o outro. Em frente a cada sala de desfiles há dúzias de motos. Metade para as modelos e metade para levar os cartões das câmeras para os tratadores de imagens, que ficam dias e noites selecionando os melhores clics e postando nos sites.

Maxime Simoens, fã da Torre
Uma bolsa com o fole triangular, a FL, que é como os franceses pronunciam o nome da torre Eiffel – esta é a grande novidade do Simoens. A roupa também tem um encanto seco e frio. Gosto das saias montadas em faixas de gabardine e couro, unidas por fechos; as costas recortadas do vestido preto também com fechos; até do tomara que caia de franjinhas prata, logo eu, que detesto franjas. Sério, o Maxime Simoens.

John Galliano, coloridão
Se recebemos um email com “save the date”, concluímos que há um convite implícito. Não em Paris, e se não há um convite de papel, pode esperar um bocado até entrar. Paciência. E a coleção se distanciou do conceito original. Não sei o que houve, mas sumiu a irreverência, substituída por formas mais rígidas, sapatos anabela de plataforma com lação na frente. Um cinto preto é constante sobre vestidinhos de saia curta e rodada, há flores de tecido aplicadas e telas em calças e tops.
Confirma: os gradeados, como na Comme des Garçons, o pink.

E mais: Tommy Ton, que fotografa a moda de rua é o grande profissional da semana / vem pra Paris? traga esmalte e escovinha de unhas (acetona tem que comprar aqui, porque evapora na bagagem), não sei se é o metrô, se o fato de botar mãos nos bolsos, mas como as unhas sujam por aqui / vem pra Paris? Um bom restaurante chinês, perto da rue St Honoré, o Auberge des Gourmets (5, rue du 29 Juillet)