Feira, não: ao Hortifruti, muito mais elegante, um patrocinador que rendeu fofas bolsinhas listradas com sortimento de limões, laranjas, bananas para a plateia. Do tema Mercado Central saíram montagens de túnicas sobre shots em listrados largos, batinha-avental sobre calças estreitas – enfim, já que nem todas as adeptas da moda vão querer adotar as calças largas e curtas – um tricô com carocinhos (como aquelas frutas exóticas) e também no assunto tricô belos looks de saias sanfonadas, tops em tons arenosos. Na estamparia, com a assinatura da La Stampa, além das óbvias figuras de frutas e cores, a originalidade de um quadriculado inspirado nas telas de embalagens, também em metalizados. No lugar de muitas calças curtas, a Roberta Ribeiro sugere a volta da…saia-calça! Em tecido molinho, para não engordar, claro.
Os sapatos são bonitos, tamancos sem plataforma e saltos grossos, mas não sei por que, achei que poderia haver outra solução para os calçados no desfile. Vamos ver, até o verão mudo de opinião e acho tudo lindo.
Ficha
Direçnao criativa: Roberta Ribeiro
Coordenação de estilo: Renata Joca
Direção de desfile: Zee NUnes
Styling: Pedro Sales
Beleza: Silvio Giorgio
E mais: bonito o trabalho do Silvio Giorgio nesta temporada. As trancinhas enroscadas da Maria Filó estavam perfeitas. E olha que penteado elaborado em semana de moda é um convite ao atraso. Mas deu certo / o que não funcionou foi a iluminação. Por que botar um jogo de luzes na entrada da passarela (sim, as passarelas voltaram), que deram um efeito contra luz, ofuscante para a plateia? Na Osklen foi a mesma coisa, só que as luzes ficavam de frente para…os fotógrafos! / A logística continua doida. Agora há vários estacionamentos credenciados, que contam com vans de transporte para a Marina.Menos mal, devem ser mais baratos do que o estacionamento da Cinelândia, onde o gasto ronda os R$ 50 por dia / Seria tão bom se as autoridades competentes prestassem atenção a estes detalhes bobos, que afetam um povinho pequeno, para ampliar as ações para os grandes eventos. Por que Paris é o maior polo lançador de moda? Porque além das coleções-referências tem uma facilidade de acesso para a cidade inteira / Bom, já marchei um bocado desde um ponto final de metrô até o local dos primeiros desfiles da Louis Vuitton. Já atravessei a pé um Peripherique (as marginais de Paris) até um aeroporto de helicópteros para assistir ao Ocimar Versolato. Até desisti de assistir sei lá quem, no Estadio Parc des Princes. Mas olhem só, dá até para lembrar, em mais de 20 anos de temporadas parisienses. Enquanto aqui, é todo dia, a cada evento / como resolver? Ah, quem sou eu para dar a solução. Isto é caso para os governantes / viram como um universo micro pode contribuir para melhorar algo na cidade?
fotos Ines Rozario
