Foi show de espetáculo mesmo, com Ney Matogrosso cantando Cuando calienta el sol; Yamadu Costa tocando o superviolão, dançarinas de flamenco com castanholas e tudo. Só para reforçar a inspiração flamenca e andaluza, confirmada pelas estampas dos biquínis de todos os tamanhos (menos o grandão, de cintura alta, que não tem a cara da marca) e os maiôs de decote reto, cavas normais. Eram rosas (andaluzas) em vermelhos e azuis, com fundos brancos ou pretos, às vezes misturados em uma só peça, desenhos mais geométricos, estilo dos azulejos sevilhanos, debruns largos e tressês, biquínis coulissés nas laterais – o que é prático, dá para regular o tamanho na boa. Além dos fundos brancos ou pretos das estampas, há um bom lote de fundos marrons. Para os homens, os famosos sungões da Blue Man parecem com calções atléticos, com costuras curvas debruadas de vivos e pespontos. Voltando ao feminino, também se destaca a estampa rendada, em preto sobre nude.
Foi a primeira coleção depois que David Azulay faleceu, no ano passado. Amigos dele como o modelo André Rezende desfilaram, na platéia, os atores José Mayer, Paulinho Vilhena, Evandro Mesquita (outro assíduo nos desfiles da Blue Man).
Foi um show de música e moda. Como é difícil escolher quem é melhor na moda praia carioca ou brasileira: a jovialidade da Salinas, o chique da Lenny, o comercial fashion da BumBum ou o corte típico da Blue Man. Vamos aguardar a Triya, que vem de São Paulo, louca para virar carioca
Intervalo / engraçado, lembro que quando trabalhava em uma editora paulistana, era considerado pejorativo dizer que alguém era carioca, que um estilo era carioca, por aí. Foi nos anos 1980, espero que tenha mudado este conceito. Ou preconceito / Marta Reis enfrentou bravamente o papel de estilista da Blue Man, fez uma linda coleção / Michael Roberts estava com a camisa da seleção brasileira. Já vi em um desfile Chanel inteiramente de branco, com o logo da Abercrombie & Fitch, quando a marca americana estava se reposicionando. Ele devia ter algo a ver com isto / bonita a cenografia da Suzane Queiroz, com um tablado de marquetaria em vez de passarela, adequado aos sapateados flamencos / aliás, que braços têm as dançarinas! Quem passa dos 40 tem que se mancar e começar a chacoalhar os bracinhos moles na dança flamenca