Outro bis em relação à SPFW, onde Lenny desfilou de maneira clássica, com elenco top. No Rio Moda Rio, depois de pensar em mostrar a coleção inspirada no Japão como uma instalação ou exposição, decidiu por uma instalação ou interferência. Reduziu o tamanho da sala, montou um jardim japonês no centro e um ator alisando a areia com o ancinho de madeira. Em volta, a passagem para as modelos, lindas como sempre. Maiôs de cordas, inspirados no shiboru, arte erótica oriental; maiôs de manguinhas, imagens de garças, carpas e as ondas das gravuras de Hokusai em localizadas nos quimonos estilizados, maravilhosos. Tigres e bordados em blusões. Viram só, muita roupa para fora da praia e piscinas, que é a tendência para aumentar o campo de ação de quem criava maiôs e biquínis.
Vi em São Paulo, revi quando fiz as prévias para o site riomodario.com.br e mais uma vez, no desfile do Rio Moda Rio. Não cansei ainda. Trabalho bonito não cansa.
Japão não é um tema inédito, a moda é apaixonada pelos mitos e tradições, a arte contemporânea e a cultura. Mas Lenny Niemeyer conseguiu inovar no tema.
E mais/ há quem pergunte se alguém usaria estes quimonos longos, abertos na frente, em estampas de garças, carpas, dragões e bambus. Acho que no mínimo como peças colecionáveis, destaques conceituais da coleção. Ou em pool parties de luxo, sempre há lugar para roupa linda / a beleza também mereceu atenção. Os cabelos presos em coques trançados, com mechas laqueadas, pareciam ter penas espetadas do próprio cabelo.
Foto Ines Rozario