O ID Fashion de Curitiba, em segunda edição, demonstrou que é possível reduzir custos e manter a dignidade da moda. Mesmo sem a atual crise, o ambiente criado por Ana Cris Willerding teria muitos méritos. Lidando com madeiras e luzes frias, na exposição e nos domos que formaram parte da plateia do desfile, e principalmente na montagem das paredes da sala de imprensa, feitas com rolos de cartão (destes que onde são enrolados papeis laminados, vegetal, etc), a arquiteta deu originalidade e um toque sustentável no espaço ocupado no Museu Oscar Niemeyer.
Fotos Ines Rozario
Logo na entrada, os visitantes – o evento é aberto ao público) _ se depararam com o Living Lab, exposição com bonecos de madeira vestindo três peças de cada marca participante do evento. Com os respectivos autores ao lado, para contar histórias de suas coleções e seus trabalhos.
Em um canto, a Haco, marca catarinense de etiquetas e aviamentos diversos, promovia uma ação divertida: quem postava uma foto no backdrop com os logos, ganhava patches adesivos para incrementar jaquetas, bolsas, jeans. Foi fila até o final da noite!
Cumprindo uma agenda certinha, era hora de correr para o talk show mediado pela Carol Garcia, nossa maior cool-hunter internacional, conversando com o pesquisador Dario Caldas, do Observatório de Sinais, Eduardo Dugois, branding da Ellus, Gloria Coelho, entre outras marcas e João Berdu, do Vale da Seda. Cada depoimento vale um post – aguardem, vale a pena saber destas ponderações futuristas.
Evento de moda sem desfile não tem graça _ por mais que queiram modificar esta maneira de exibir os trabalhos autorais. As 16 marcas presentes no Living Lab também desfilaram três peças cada. Pouco, uma mera amostra que quase não dá para avaliar a qualidade das peças. Mas revelou o que pode ser a moda autoral paranaense, com ofertas para vários mercados: desde o plus size (pela Izabel Angeli), o infantil feminino com glamour (da Garota Chic e Feito a Mãe), a moda praia super audaciosa (Ovelha Negra) até o estilo pensado para as evangélicas (Via Tolentino).
O final atendeu aos patrocínios do Senai, contando com as ideias de 10 alunos selecionados entre 100 do curso de Tecnologia em Design de Moda. Ainda não decidi se vale esta mistura de profissionais, palestra, exposição e novíssimos. Até porque a empolgação dos concorrentes e colegas é um tanto ensurdecedora, a torcida incomoda. Além dos alunos, havia a participação do grupo de dança Pirâmide, que se apresentou em coreografia de grupo de em seguida em solos, com as roupas criadas pelos concorrentes. Quer dizer: mais gritaria pelos bailarinos. Quem ganhou foi a Carol Novak, com uma calça de amarrar na frente (era a minha aposta, junto com o look com brilhos do aluno Thiago de Souza).
Um evento bebê, coordenado pela Luciana Bechara, do Conselho Setorial da Indústria do Vestuário da FIEP. Pode ser bebê, por estar apenas na segunda edição, mas já tem um formato sério, capaz de fornecer notícias e de mostrar que o Paraná sabe valorizar quem cria moda no estado. Espero que a terceira edição conte com mais espaço (parece que há grandes locais da própria FIEP, disponíveis para o crescimento). A abertura para o público ficaria mais diluída, haveria mais facilidade para ver o Living Lab, sem tanta gente fazendo selfie na frente das roupas. E ninguém sentado no chão durante o desfile.
E mais / Bonita e simpática, a atriz curitibana Adriana Birolli atendeu aos pedidos de fotos, conversou, lindinha, com vestido florido da Artha e bolsa da Elyane Fiuza. Ainda fez fotos no backdrop da sala de imprensa com a irmã, Leticia, dona da marca infantil Garota Chic / que bom: a edição 2017 do ID Fashion já está garantida pela FIEP / Muito bom o serviço receptivo para a imprensa, com traslado de aeroporto (fica em São José dos Pinhais, cerca de 40 minutos de Curitiba), excelente hotel, o Quality Hotel Curitiba, no bairro Batel, ônibus ida e volta até o Museu Oscar Niemeyer. E o melhor: um evento que valeu acordar cedo para voar às 7h30 / Pela Gol, e no trecho Rio/Curitiba serviram bebida e snacks grátis!