Paris tem a tradição de acolher gente do mundo inteiro. Já comentamos dos orientais, agora vamos aos alemães. Sem falar em Karl Lagerfeld, já um homem do mundo, que faz Chanel, Fendi e a marca própria, além de pecinhas para a rede Riachuelo, no Brasil e para o catálogo alemão Quelle. Os germânicos do momento são Johnny Talbot e Adrian Runhof _ Talbot é americano, Runhof, alemão, de Mainz. Local do desfile: o Liceu Henri 4, o maior da França, o que forma políticos e economistas. Plateia com compradores da americana Neiman Marcus, de profissionais de Hong Kong, o cônsul alemão. Falatório em inglês, francês e muito alemão, claro.
Fotos Ines Rozario
Vamos ao susto: no texto que descrevia a coleção, a inspiração era definida como puramente germânica, acrescida da expressão Fé, Esperança, Caridade. O lado germânico seria o trachten, o traje típico do país para as mulheres. Os homens usam leder hose, a calça de couro com suspensórios; as mulheres, este tal trachten, que tem saia rodada com avental, mangas bufantes e camisa branca. Ficou só no papel esta perspectiva: mais uma vez a Talbot Runhof encantou pela escolha de veludos maravilhosos, em verde, vermelho, roxo, em vestidos justos. Pelas blusas brancas soltas, usadas com pantacourts de organza jacquard com flores metalizadas, casacos amplos em tweed com trama de brilho, pelerine xadrez. Ao longe, as blusas brancas soltas em ajour, no meio termo entre túnica e bata, algumas com babados no alto, lembravam os trajes típicos. Assim, como as botinhas laçadas, interpretadas em couros metalizados e saltos fininhos. Um detalhe interessante, os nomes das cores: verde floresta, verde montanha, berinjela, vermelho papoula, preto pedrinhas.