Vejam só: o que mais tem na semana de moda de Nova York são os nomes orientais. Alguns já nascidos na América, outros vindos de seus países asiáticos para estudar nas grandes escolas, como a Parsons e a Fit. Estagiam em Londres, aprendem tudo sobre a alfaiataria inglesa e seguem para as capitais lançadoras do mundo ocidental. Nova York é um bom exemplo, atrai jovens designers e mantém a fama dos mais experientes. Enquanto isso, os americanos nem sempre encaram o lançamento online, desafio ainda bem difícil de conseguir visualizações. Os que desfilam em Paris relutam, mas acabam mostrando seus vídeos e fotos.
Brincadeira: parece que muita gente prefere varar a madrugada assistindo aos barracos do BBB21 do que esperar pelos desfiles que entram no live com duas horas de fuso adiantado…
Estes são alguns exemplos de coleções que valeram a espera:
Tadashi Shoji: Em cenário detonado, as modelos vestiram metalizados em alfaiatarias clássicas. Mas o destaque vai para os longos, com decotes V, drapeados no busto, muitas mangas fortes no alto, ajustadas ou com luvas no antebraço. Muitas mangas volumosas, franzidas, como previsto nas tendências. Botas de saltos finos, altos, unhas longas, cabelos meio bagunçados, presos e longos. Tons de marrom, verde com bordados e um vinho muito bonito. Poderia ser definido como um Elie Saab oriental. Mas há um otimismo latente: onde serão usados estes lindos longos festivos? Pós-vacina, para as festas celebrando as curas.
Monse: um vídeo rápido, como pede o estilo desta marca. Quase tipo fitness, street, muito preto e branco, listras, malhas de conforto. Comercial e divertido na apresentação
Jason Wu: mostrou vídeo com desfile gravado em um mercadinho, o General, a julgar pelas caixas de frutas e legumes e a geladeira de Coca-Cola. Que por sinal, apareceu em uma das estampas, talvez por envolver um patrocínio. Tudo é válido. Temos que exigir algo diferente, que nos emocione, nestas coleções de pandemia. Pois o Jason Wu conseguiu, pelo modo como em vez de franjados inseriu longos fios saindo das camisas, dos casacos, das laterais ou da frente, saindo de pregueados. Nesta fronteira de sonhos, eu escolheria o camisão branco com os tais fios saindo acima da cintura. Claro, na vida real, como alguém conseguirira levar as crianças para a escola (que escola, se estão com aulas online?) com uma roupa destas, com fios se embaraçando nas marchas e freios de mão? Muitas calças retas brancas, com blusas listradas. E no final, Jason de máscara, muito bem.
Prabal Gurung: agitado, o vídeo que mostra modelos, o próprio designer, a equipe, declarando a paixão por Nova York. Na moda, paixão expressa em tons de fúcsia, um rosa forte e muitos poás grandes em preto e branco. Roupas volumosas, sem medo de gastar tecidos. Bonito, mas onde usar esta carta de amor à cidade, como definiu Gurung? Como sempre, encaro a moda como um trabalho de arte, que eventualmente vestimos.
Chocheng: esta é uma rede de lojas de Nova York, com coleções assinadas por Cho Cho Cheng (não confundir com Cho CHang, personagem dos filmes de Harry Potter). Ela aprendeu as bases na Parsons, de NY, depois estagiou na Saville Row, de Londres. Esta foi sua grande influência, já que sua alfaiataria é perfeita, feminina, com pouca intervenção de máquinas, muito artesanal, em tecidos naturais. Para compensar a delicadeza das roupas, os acesórios são extravagantes: brincos de bola e espadrilles de solado alto. Quanto aos chapéus, outra influência inglesa, são lindos! Atenção ao colorido: Cho Cho apela bastante para os vermelhos.
Adoro suas observações!
Lu! Demorei, mas encontrei teu comentário! Que bom que você gostou! bjs para você e meu editor favorito, Edgard!