Segue mais umas historinhas das temporadas de trabalho. Nem todas são antigas…
Todo mundo sabe do sucesso dos brindes em qualquer evento. Na moda, então! Já vi editora chegando atrasada e exigindo seu pacotinho de três esmaltes, que já haviam sido devidamente surrupiados do seu lugar. A ordem é: de quem chega primeiro, kkk.
Aqui vão duas histórias, uma internacional e outra, nacional, esta achei muito divertida.
Desfile Chanel no Grand Palais, pela porta lateral, sempre acontece em manhã de chuva e frio. O que significa convidadas de bolsas maravilhosas, botas de saltos altos e guarda-chuvas, fazendo a longa fila de entrada, até mostrar o convite para o assessor, eventualmente exibir algum documento provando que é a própria, depois passar pelo detector de metais e finalmente procurar seu cobiçado lugar.
Muita gente fica do lado de fora, na esperança de deixarem entrar os desconvidados (acontece, se a sala não estiver lotada). Mas há quem não tenha esta paciência. Não vi esta cena, foi um relato alheio de duas pessoas.
Formada a fila, as chiques acham que por estarem em Paris não precisam fechar as bolsas. Um olhar atento identifica uma destas distraídas, japonesa, com o convite meio fora da bolsa aberta. Um famoso stylist brasileiro, do lado de fora, conferindo os looks das convidadas _ é um desfile à parte, na Chanel _, ao lado de sua fotógrafa, viu e “ ei, o que é isto?” chamou a atenção da companheira de produção. Que ficou tão pasma, que nem lembrou de fazer o flagrante. Uma produtora sacou a ingenuidade da chique, foi pé ante pé até a fila e deu a mão leve, tirou o convite da bolsa da outra! Ainda completou o feito indo para a fila da imprensa! Nesta manhã provavelmente não estavam pedindo documentos, porque era um nada a ver o nome japa convite com a portadora do mesmo. Pobre da japonesa, sendo barrada por não ter seu convitinho…
Esta é impagável, muita gente vai lembrar que fez o mesmo. Abre o Fashion Rio, no Pier, com tendas de patrocinadores montadas. Uma delas, da L´Oréal, que inventou de dar de brinde uma bolsa em estilo monograma da Louis Vuitton, da coleção grafitada. Ficavam guardadas no fundo da tenda, e eram presenteadas para sei lá quem (eu não ganhei, snif snif). Logo se espalhou a novidade e foi um fuzuê! Muita gente aglomerou na entrada, dizendo que queria saber dos lançamentos, de olho na tal bolsa. Não deu certo, a coisa era restrita mesmo. Mas quem deseja, não desiste. Descobriram o local dos guardados, levantaram a lona da tenda e carregaram as bolsas! Não de uma só vez, foi um boca-a-boca, iam de duas em duas, uma levantava a lona e outra espichava o braço para pegar a bolsa. Ficaram quantas? Nenhuma! Bem que eu queria umazinha, mas como assistia a todos os desfiles, nunca tinha tempo de fazer essas proezas. Mas fui assediada algumas vezes para integrar uma das duplas, no princípio sem entender do que estavam falando. Depois, ri muito. Porque não era gente sem recursos, elas exibiam suas shopping bags Gucci (evento de moda as pessoas vão com bolsa grande, claro. Tem que ter lugar para os mimos, roubados ou próprios).
E o pessoal que nem entra na sala, pede para quem está na porta ir lá no seu lugar e trazer o brinde?
Aliás, falando em brinde, um dos melhores que recebi foi a fita cassete com a playlist do desfile, dada pelo Valentino. Veio junto com uma meia fosca, nude, que deixei por lá. Parecia meia de compressão. Mas a fita, maravilhosa. lembro que começava com Slave to Love, do Brian Ferry. https://www.youtube.com/watch?v=9kp3N3wQPO0
Ah: o produtor famoso e sua fotógrafa tinham convites e entraram quando diminuiu o movimento da entrada