Final da Barbara Bui

Bem, não apenas alfaiataria do jeito que estamos acostumadas a ver – paletó estruturadinho, calças com bolsos-faca e abotoado nas costas -, nada disso. Paris mostra diversas interpretações do velho terno masculino. Além de sair do tradicional, evita o tecido risca-de-giz, que há décadas era uniforme de inverno. O que vemos nesta semana é muita assimetria, decotes de um jeito do lado esquerdo, de outro, do lado direito, saias mais longas, calças mais largas ou estreitas, uma misturada de estampas e texturas nas mesmas peças ou nos mesmos looks. Um show de brocados no Dries van Noten, cores blocadas em Balenciaga. Preto, direto, em Ann Demeulemeester, Gareth Pugh, Hakaan.
Por mim, gostei da Barbara Bui. Ela mostrou casacos amplos, cortados em barras, cada uma com uma textura ou tecido diferente, unidas por fechos. Para equilibrar, calças justinhas e botas altas.A sala nem lotou, mais uma vez o pessoal que estava nas últimas filas foi convidado a pular para as primeiras, para não dar buraco na platéia. Acontece nas melhores marcas. Nota-se que o número de convidados está menor, esta sala montada ao lado dos portões do Jardin des Tuileries deve dar no máximo umas 400 pessoas, e olhe lá. O Palais de Tokyo também é lugar de salas pequenas. Vamos ver se Dior amanhã monta uma tenda do tamanho que a Yves Saint-Laurent, no tempo do Tom Ford, montava. Tinha entrada, lounge, era linda, toda preta, no jardim do Museu Rodin.
O bom é que há variedade de propostas. Ronda uma coerência, nesta história de alfaiataria, zipers, mangas, assimetrias, mas há espaço para muitas interpretações. E principalmente, deixo muito espaço para Chanel e Louis Vuitton, que sempre têm muito a dizer.

Intervalo / quando reservei hotel, escolhi um que fosse perto do Halle Freyssinet, aquele galpão onde assisti a vários desfiles em outras temporadas. Daria para ir a pé. E tem desfile lá, nesta semana? Nenhum! / Está fazendo sol, dias bonitos, ainda frios, com um vento que gela as pernas. Bom demais / A Coca-cola daqui é a melhor do mundo. Mas a Fanta brasileira é melhor / agora dizem que Stefano Pilati continua na YSL. Hedi Slimane vai para onde? O Manish Arora vai fazer Paco Rabanne em outubro. Vamos ver o que vai dar