19h40
Estou ficando exigente. Ou blasê. Ou careta em relação à moda. Não sei de onde tirei que quando entro numa sala de cinema quero ver um filme. Num restaurante, pretendo comer ou beber algo. Se tenho um convite para um desfile, vou crente que assistirei a alguma novidade, comercial ou conceitual, para vestir. Vou para a sala 2 da Bienal, para curtir o Fause Haten, nem que seja cantando. E vejo o que? Vestidos montados em camadas, longos com cristais multicoloridos, estampados soltos e curtos, em modelos com máscaras de dormir brancas, carregadas pela sala enfumaçada ao som de caixinhas de música. Quem me lê, deve achar bobagem, já se viu tanta maluquice na moda. Até eu, alguns minutos depois da performance das vendadas, ao som de um texto sobre Clarissa, uma tal que dorme, estou achando que tinha algumas roupinhas interessantes. Isto é pouco em se tratando do talento do Fause. Prefiro imitar o próprio e dizer, como estava escrito no convite – silêncio.

INtervalo / quem teve a idéia insana de distribuir os convites antes de cada desfile? Dizem que estão copiando a idéia de Nova York, assim como estão imitando os bancos de Paris. Precisa imitar tudo o que é ruim? Tem vexame maior do que instalar duas ou tres pessoas de assessorias, cercadas por um bando de jornalistas esticando os braços, gritando seus nomes, para receberem os raios dos cartões numerados que dão acesso às salas? / lógico seria se estes cartões plásticos fossem escaneados nas entradas. Não são: os seguranças rabiscam um X em cada cartão e o feliz possuidor de um, entra na sala / irônico é chamar o tal balcão de convites de check-in. Assim como camarim virou backstage e elenco, casting. E que tal, agenda é line-up? Ok, darlings, where are you making money? Here, in Brazil, so, let´s try to speak portuguese.

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