Até agora, mal começou a semana de Nova York, ninguém foi mais comentado do que Kanye West. O rapper que assina a marca Yeezy para a Adidas aprontou uma insanidade generalizada. Nem se fala na coleção, cheia de referências em lingerie, em cintas modeladoras, casacos grandões, botas com saltos frágeis. O problema começou na falta de info sobre onde seria o desfile. No dia, os convidados foram avisados que haveria um ponto de encontro, de onde partiriam ônibus para o local. Que era na Roosevelt Island ( a ilha do King Kong, lembram?), em uma espécie de praça, onde o elenco de modelos estava perfilado pegando o maior sol, mais de uma hora em pé. Revolta geral na plateia, que esperou umas duas horas pelo desfile, assistindo a desmaios de modelos. Claro que as Kardashians chegaram frescas e belas, quase na hora de começar.
Bem, nada foi mais comentado até agora. Está certo? Depende do ponto de vista. Por que os convidados se abalariam para ver um desfile da Adidas? Ninguém espera um show de moda de uma marca basicamente esportiva e atlética. Por que aceitariam um convite sem endereço, tendo que pegar um ônibus, com a certeza de que perderiam outros desfiles? E por que esperaram tanto, vendo o estrago feito nas modelos, sob o sol?
Este é um lado da moda atual. Estava todo mundo lá, por causa do Kanye. Por causa da Kim Kardashian & família. A roupa, sinceramente, acho que tem valor, anuncia novos tempos. Basta ver que no desfile da Victoria Beckham a lingerie também inspirou várias peças. Vocês iriam ao desfile da Yeezy?
Já fiquei muitas horas debaixo de sol em desfiles aqui no Brasil. No chafariz da Cinelândia, no Minhocão ou em um ferro velho em São Paulo. Não estou em NY, se estivesse, provavelmente iria. Reclamaria muito, sentiria falta de pelo menos um boné. Mas estava lá.
Outra coisa: um dos sonhos do Kanye é assinar a grife Balmain. Tinha gente da grife francesa na plateia. Não duvido que em breve tenhamos modelos desmaiando de frio no Bois de Boulogne ou de calor no Jardin des Tuileries.