O que pretendemos comprar de moda, quando melhorar a situação da pandemia, o desemprego diminuir, enfim, voltarmos a ter a liberdade de flanar pelos shoppings sem medo, pulando três degraus nas escadas rolantes e evitando entrar em lojas cheias?
Analistas otimistas apostam nas escolhas feitas de acordo com os protocolos da sustentabilidade, de reuso, peças com histórias da produção nas etiquetas. Pesquisadores mais realistas andam olhando os lançamentos das coleções pelo mundo – como na semana de Nova York, por exemplo – e concluem que o consumo vai cobiçar a beleza das roupas e acessórios. É isso: moda colorida, reveladora, com brilhos. Ou muito cool, em preto, com alfaiataria perfeita (ou quase, para ter preços razoáveis), cortes ajustados. Se incluírem sustentabilidade, upcycling, etc, ótimo, são qualidades que servirão como um marketing a mais para as marcas.
Parece um tanto desanimador, para quem conta com a moda como representante de um futuro mais seguro para o planeta? Em vez de fingir que despreza o luxo e os requintes e acabar se rendendo a uma bolsa feita de couro com preço em muitos dólares, o consumo é o maior responsável pela modificação nos conceitos de vestir, calçar, maquiar, no estilo, enfim.
Uma luz para o Futuro
Seleção de bolsas da parceria de crochês e sementes
Nem tudo é tão indiferente ao Futuro limpo. Ou à descoberta de gente que inova na produção. A Associação Caatinga firmou parceria com a marca Bolsas Jamelão. O que significa esta união? A Associação Caatinga é uma ONG que comercializa sementes nativas do semiárido, vindas da coleta e manejo de comunidades rurais. A Bolsas Jamelão fabrica acessórios de crochê feitos por empresa em Itacaré, município da Bahia. Juntas, a ONG e a Jamelão lançaram a coleção Salve Floresta, com bolsas que representam os biomas brasileiros. Cada bolsa vem com um brinde: uma semente nativa da região representada. Assim, quem comprar uma das bolsas da Jamelão pode ganhar uma semente de Ipê Roxo ou Amburana de Cheiro, entre outras.
Um destaque da nova coleção é a clutch que representa justamente o bioma Caatinga.. De crochê com alça removível e regulável, já era disponível nas cores verde-oliva, tie dye (camaleão) e mango, agora também em preto. “Ela é única, singular, autêntica como nosso bioma exclusivamente brasileiro, a Caatinga. Uma clutch com espaço interno surpreendente. Sua alça e fechamento em cordão de seda dão o toque de delicadeza. Ela é aquela peça coringa e essencial, perfeita para as mais variadas ocasiões”, explica a proprietária da marca de bolsas, Camila Demétrio.
A Bolsas Jamelão convidou mais dez projetos para participar da coleção: Projeto Árvore Nativa, Instituto Homem Pantaneiro, Projeto Plantar, Ecotrópica, Florestal Brasil, Fundação MAIS Cerrado, Grande Reserva Mata Atlântica, SOS Amazônia, Movimento Mecenas da Vida e Programa Arboretum. A Associação Caatinga comercializa 37 espécies nativas da Caatinga. A lista com todas as variedades pode ser encontrada no site da ONG. (https://www.acaatinga.org.br/producao-de-mudas-nativas/).
Quer uma bolsa destas, que passa a mensagem em favor da natureza? Basta acessar o site da loja (jamelao.com.br/) ou Instagram (www.instagram.com/bolsasjamelao/). Gosto muito da bolsa Cerrado (R$ 289) e da bag Brasil (R$ 162)
Notinha: como uma alfaiataria é quase perfeita? Começa pelo tecido, sem a mesma qualidade ou pureza da ideal. Pode dispensar os botões e fechos, ganhando um ar mais moderno e informal, sem o custo de prender botões e cortar casas. Os bolsos são falsos, apenas enfeitam a frente, sem possibilidades de serem abertos e funcionais. O forro também desaparece, assim como ombreiras, se a veste for de malha.