Este nome deve entrar para o caderninho de grandes designers da atualidade. Porque tem talento criativo e sabe lidar com fatos reais. O patrocinador (já expliquei que na ColombiaModa cada desfile tem um patrocinio) era Pintuco, marca de tintas de parede. O que fez o Camilo? Pincelou as cores da nova coleção da marca nas costuras das camisetas – ficou incrível, viraram tão sonhos de consumo quanto as camisetas brancas do Martin Margiela. Usou como referência de estilo os rastros das cores nas cidades. Restos de cores de fachadas, apagados rabiscos de pixações, uma pesquisa urbana coerente. No show, isto ficou evidente primeiro nas pegadas deixadas pelos modelos, que pisavam em amostras das cores da Pintuco e deixavam rastros coloridos na passarela branca. Detalhe: na lista de looks distribuida, cada look tinha sua cor Pintuco especificada. Fulano de tal, vestindo camiseta assim assado, calça assim assim, pegada azul calma. Perfeito. As peças têm um lance street, cheias de bolsos, dobras e recortes arredondados. No final, o arremate certo: a música para e se ouvem barulhos de cidade, sirenes de ambulâncias, trechos de conversas, enquanto os modelos pisavam forte.
A coleção foi muito boa e moderna, mas o show foi perfeito.
Achei surpreendente o trabalho do Camilo e as condições em que ele trabalhou com o material proposto, a tinta.
Muito bom mesmo o desfile e a coleção dá um gostinho de must have.
Como a Iesa já citou, foi um espetáculo conceitual impecável.