O jeans foi uma das estrelas da Casa dos Criadores, valente evento que neste 2024 chegou a edição 54 ocupando as ruas do centro histórico de São Paulo de 24 a 30 de julho. O tema Catarse serviu para mostrar as possibilidades de mais gente nova – sempre foi a especialidade da Casa dos Criadores, lançar novos talentos – como Lorraine Baas, Ofe Gallery e N7E * Recicled.
O motivo do jeans ser a matéria mais vista no evento foi o patrocínio da Santista Têxtil que há 4 anos oferece tecidos para as marcas e para a oficina que direcionou o curso às comunidades trans. Segundo Sueli Pereira, gerente de comunicação e moda da Santista:
“É importante apoiar o setor, não só para quem já está estabelecido, mas também para quem quer entrar no mercado. Essas pessoas têm desejo de conhecimento, de fazer algo que possam empreender e são pessoas que têm pouco acesso. Nossa ideia é continuar com esse incentivo”
Quem fez o quê
Alexandre Herchcovitch: coleção com inspiração urbana e praiana ao mesmo tempo, com foco na alfaiataria e tons como o preto, cinza e estampas vibrantes. Entre os artigos, o neoprene, seda pura, falso crochê e o jeans, ora em looks maximalistas, ora em peças coladas ao corpo. Destaque para o estilo vitoriano, dark, elementos fetichistas e vestidos camisola.
Jorge Feitosa: denim limpo, com brilho e fibras nobres em capas e calças croppeds. O patchwork se faz presente em calças amplas em degradê de azuis e em vestidos com geometrias. Brilhos e elementos inusitados como garrafas e tesouras enaltecem a coleção.
KEN-GÁ: tecidos Zef Baby Blue e Eco Squash Colour, da Vicunha em peças românticas com babados e camisa com gola vitoriana ou conjuntos com blusas, calças ou saias com drapeados.
Lorraine Baas: artigos da linha Work da Santista seguindo o upcycling para todos os corpos com efeitos useds, desbotes e manchados.
Mockup: muitos rasgos e puídos, estampas a laser e peças como corsets e saias também para os homens. Destaque para a calça que ganha padronagem de flores, aplicações de estrelas e mistura de tecidos.
A N/E * RECYCLED: apostou no vestido justo, em denim com barra desfeita, puídos e zíper frontal no corpete com alças.
NotEqual: alfaiataria desconstruída com drapeados, pregas, dobraduras, volumes, calças soltinhas, jaquetas croppeds e saias longas, tudo no denim clean, somente amaciado e com fibras nobres.
Sukeban: moda inclusiva com aviamentação, manchas no macacão ou no corselet e saia com pregas, vazados com tiras e estampas na calça black ou aplicação de pele e tachas cestavadas no conjunto colete e minissaia.
A UMS: tecidos Musk BW e Sevilha da Vicunha e artigos da linha Work e Jeanswear da Santista. Colors com sobretingimentos em modelos cargo, peças utilitárias no black e sarjas acetinadas no vermelho da jaqueta e calça masculina. Estampas camufladas surgem com novo visual
Vivão Project: abusa das resinas e amassados com efeitos de sujinho em trabalhos de lavanderia, além de desbotes em azuis e cinzas.
Vou Assim+DCRLHS: moda colorida, divertida e com um mix de materiais onde entram o denim e o tule e o patchwork de tecidos reciclados
Alexei: estampas lúdicasde Hello Kitty, ursinhos e páginas de jornais em diferentes técnicas. Mais uma vez o conceito do upcycling vem nas camisas com puídos e manchados e as calças pantalonas ganham ilhoses com amarração na cintura alta.
Studio Traça: artigo Claire da Vicunha e trabalhou com marmorizados e o denim somente amaciado. Aqui entram vazados enaltecidos por zíperes e fivelas e botões coloridos, maxi jaquetas com passantes e tops e calças com franjas no jeans com aspecto raw.
Guma Joana: aplicações de patches em denim ganham destaque na calça
Vittor Sinistra: utilizou artigos da Tear Têxtil em calças croppeds com estampas a laser de mãos e elementos gráficos, que também surgem nos tops com fivelas. A sarja black ganha aspecto utilitário no colete e bermuda masculina
Estudio Cena: o romantismo do corpete com babados no artigo Montjuic da Vicunha, no tom branco.
Fonte: Vanessa de Castro | Fotos: Divulgação
E mais: Devido a escorregões caseiro, sem fraturas mas com equilíbrio instável, não fui à Casa dos Criadores. Mas gosto de incentivar o evento criado pelo André Hidalgo, nem sempre com dinheiro ou apoios. Ainda bem que há quatro anos a Santista oferece tecidos para os participantes. Agradeço as informações de Vanessa de Castro / O IEMI – Inteligência de Mercado fez o insight da atuação do jeans em 5 anos, de 2019 a 2023. Em 2023, o segmento de jeanswear alcançou a marca de 280 milhões de peças produzidas, gerando uma receita na indústria de R$ 14,7 bilhões. Outro destaque do estudo foi o crescimento da distribuição da produção para o e-commerce, que aumentou em 10% em 2023 em relação a 2022 em volume de peças e em 60,7% nos últimos cinco anos. Este canal passou a representar 5,3% do total de peças distribuídas pela produção, e chegou a 3,9% do faturamento da produção.