Se existe uma grife que tem tudo a ver com esta antecipação de evento, é a Colcci. Pelo menos é uma grande marca, com produção para lojas próprias e multimarcas, que investe em coleções diversificadas, femininas e masculinas e aos poucos deixa de apostar em atrizes e atores internacionais para provocar agitos nas paradas. Pela segunda vez, a coleção foi muito boa, arrisco dizer que é uma das tops desta SPFW. Reforça o tema militar com vestidos pregueados – o primeiro, desfilado muito bem comportado por Alessandra Ambrosio -, muito couro em tons de verde em bermudas, jaquetas, nos debruns dos casacos de lã masculinos, calças masculinas pregueadas. O jeans, carro-forte da Colcci, entra no clima das pedrarias geral: o tom do índigo quase preto foi a base perfeita para os brilhos aplicados em calças curtas e justas, jaquetas e shorts. No final, uma série em padrão jacquard vinho e branco, também emoldurado de pedrarias nos decotes, acompanhados eventualmente por pelerines rebordadas no alto.
Para quebrar a aparente riqueza, os complementos são coturnos básicos para os homens e uma variação do coturno com fivelas laterais e salto alto para as mulheres. Outro acessório importante, que se repete ao longo da agenda: óculos. Quem disse que era objeto exclusivo do verão ensolarado?
22h15
Intervalo / o Parque Villa Lobos, onde se realiza a atual edição da SPFW, equivale em distância e aridez ao RioCentro. Comparando com a bienal, serve para um evento compacto, funcional. O estacionamento é mais seguro e grátis, uma corrida de táxi custa em média R$ 40 (sem engarrafamento) e demora no mínimo 45 minutos até os Jardins. Se não fosse o calor no caminho, diria que prefiro este lugar. Mesmo que não tenha restaurante por perto, que a tal proximidade do shopping Villa Lobos seja uma lenda, e que não haja muito espaço para os famosos lounges e seus brindes / o que precisa é conteúdo coerente com a proposta, de desfilantes que utilizem o evento para agilizar a produção, o que seria a intenção inicial. Vamos aguardar a próxima edição e não ficar agourando que “é fim de festa”.