Pode ter sido o cansaço? A expectativa de um show no encerramento? Acontece muito, este tipo de sensação de frustração no último dia de uma semana de moda. Por mim, aconteceu também no final do Dragão Fashion Brasil, em Fortaleza. 

E tem mais: acontece a maluquice de depois, pensando bem, até que passaram coleções interessantes. Talvez a comparação com os outros dias, com conteúdos espetaculares, nos levasse a esperar algo estrondoso. Vamos ao que fez a agenda:

Potiguar

                              Fuxicos e pregueados deram a graça no desfile dos universitários da Potiguar

Concurso dos universitários: destaco o trabalho da faculdade Potiguar, que escolheu a historia de Marias, mulheres bravas e guerreiras. A escolha do fuxico como técnica artesanal encantou em tons de cru ao marrom, em calças com uma perna pregueada e outra com as aplicações de fuxico; o hoodie camuflado, o longo com as aplicações sobre transparências. E principalmente uma calça de fuxicos esparsos, que levantou murmúrios de “esta eu quero” na primeira fila. 

                     Biquinis e longos em folheados na Sau Swim

Sau Swim: meio misturada na edição, um vestido preto longo de alcinhas entre um biquíni de pastilhas brancas e uma calça preta correta ou um body em ouro velho. Bonita, a série final de vestidos em folhas verticais. Ué, não era Swim, de moda praia?

                  Longos com rostos pintados em homenagem a artista cearense, na Rendá 

Rendá: efeitos de plumas, cristais brilhando, longos plissados, modelos em degradês do fúcsia ao verde. Diga-se de passagem, um dos poucos stylings com sapatos corretos. Sobre o richelieu, flores pintadas ou apenas uma manga no bordado, boa proposta. No final, longos com figuras como o rosto da Mona Lisa e outros retratos, homenagem ao artista plástico Vando Figueiredo.

                      Desfocada, a foto mostra o longo de barra franjada e a garrafinha de Pitu levada pelo cara de branco 

Marina Bitu: plissês e franjados alternados com sanfonados movimentaram a coleção. O ouro fosco em calça e túnica, as túnicas franjadas masculinas e femininas. A graça do patrocínio da cachaça Pitu nas luvas. Mas é difícil apresentar as ideias no último dia, ficou a impressão que a Bitu precisa de mais prática de evento.

Da Baba,  a estampa estilizada lembrando o pied-de-poule na Baba e o Ítem do momento: o chapéu bucket prata da Baba 

Baba: sabem que deste eu gostei, já na hora? O tema Do outro mundo foi explorado com humor. Em jaquetas curtinhas com calças coladas, em aspecto neoprene branco com buckets ouro ou prata (mais um murmúrio de “eu quero”), um casal que, de longe, parecia vestir pied-de-poule da cabeça aos pés, mas era uma estampa estilizada. As calças jeans são interrompidas por cintos nas pernas, há estrelas e discos voadores. Até o texto do release é divertido, contando histórias de ufos e ficção científica. Um exemplo, a citação da Pedra da Galinha Choca, na cidade de Quixadá, point de observação de visitantes alienígenas. Pode, este nome de Galinha? Pior, que dá curiosidade de ver de perto kkk (ou cócócó)

Final do Senac Richelieu por Ivanildo Nunes

Senac Richelieu por Ivanildo Nunes: podia ser o tal final espetacular, por reunir estas duas atrações, Ivanildo e o richelieu. Só que, coerente com o trabalho do autor, o bordado veio todo em preto, em peças que não ativaram sentimentos consumistas. Faltou show, marcação, clima que dessem o devido valor ao belo trabalho do Ivanildo. 

E mais: impossível acompanhar o Dragão da cauda à última labareda. Só corri da sala 1 para a sala 2, garantindo lugar. E passei de olho comprido nas sandálias do Seleiro, vi a seleção da Nordestesse. Soube que havia um torneio de beach tennis, um pavilhão de redes, shows em palco na areia e sabe-se lá quantas delícias deixei de provar. 

Quanto à qualidade das minhas fotos, feitas com meu Samsung, se devem à eterna ânsia de postar rápido. As fotos perfeitas estão em vários sites e blogs, instagrams, tiktoks, com a assinatura da Roberta Braga e do Claudio Pedroso, fotógrafos do Dragão. E tem os vídeos no YouTube!

A volta foi longa, saindo do hotel Sonata (recomendo, pela gentileza dos funcionários, vou postar no Trip Advisor) às 3h50, para pegar o voo de 6h10 da Latam para São Paulo. Só que o 739 estava com probleminhas técnicos, que segundo o comandante seriam resolvidos em 10 minutos. Decolamos quase uma hora depois…perdi o voo SP/Rio, aflita sem saber se a mala despachada chegaria. Deu tudo certo: depois de algumas idas e vindas pelos portões de embarque, fui praticamente puxada para o próximo voo. E a mala chegou direitinho. Só um detalhe: antes de embarcar, comprei um chocolatinho, uma barrinha, qualquer coisa para distrair a fome. Eu comprei uma bananada, que foi uma festa no meio das três horas de Fortaleza a Congonhas