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Para quem não sabe, meu marido é crítico de teatro. De vez em quando, quando não estou dando aula ou fechando revistas, assisto a alguns espetáculos. Inevitavelmente, saio encantada no mínimo pelo privilégio de ter um grupo de atores, músicos, diretores, iluminadores, todos concentrados em me contar uma história. Adorei ter visto Edwin Luisi como Lana Lee em Tango, bolero e chachacha – poucas mulheres conseguiriam andar, pular e rodopiar com aqueles saltões. Outro encantamento foi a versão da diretora Ana Kfouri para a peça Senhora dos Afogados, clássico quase grego do Nelson Rodrigues. A começar pelo local, o restaurante Albamar, lindo, de frente para a baía de Guanabara, as barcas, a ponte Rio-Niterói. E o elenco, afinado, com uma interpretação quase minimalista. Convoquei a Moema, isto é, a Ana Abbott, que faz a Moema, figura central, para fotografar um ensaio para o Jornal do Brasil Digital. Vestidos em preto e branco, como os figurinos da peça, jóias delicadas, da My Collection, da H. Stern, e ficou como queríamos. Contamos com a ajuda preciosa da Luciana, da H. Stern e da Juliana Sloper, que estréia como assistente de produção com muita competência.

Segue o texto publicado no Jornal do Brasil Digital e uma das fotos, o vestido de black jeans e renda da Karamello, com a Ana de mãos levantadas, de costas para o mar. Querem saber por que? Assistam à peça, para saber…

Iesa Rodrigues

Fotos Ines Rozario

As atrizes concorrem com as modelos como musas da moda. O que falta em altura ou magreza, sobra em expressão e personalidade. Ana Abbott é um exemplo desta versatilidade: com o estilo das modelos belgas, cabelo avermelhado, pele branca, Ana atua na peça Senhora dos Afogados, de Nelson Rodrigues, no prédio do restaurante Albamar. O figurino em preto e branco, a expressão maligna de Moema, a personagem, tudo combina com os conceitos minimalistas atuais da moda.

Se no espetáculo, um clássico rodrigueano, inspirado por tragédias gregas, Ana tem um papel pesado, sem sombra de sorriso, como atriz ela adora fazer comédia. “Tenho muito orgulho de participar deste projeto, de trabalhar com minha mãe. Mas já fiz o Teatro Oficina, com Zé Celso, em São Paulo e uma comédia trash, Caminhos de sangue, de Camilo Pellegrini. Depois da Moema, o plano é fazer a comédia Love Time, de Walter Daguerre. “ Capricorniana obstinada, Ana Abbott confirma a seriedade do signo, contando que chega duas horas antes do espetáculo, para repassar o texto inteiro. “Todos os dias, de domingo a terça-feira, com o elenco inteiro. Mas nos outros dias da semana, faço questão de rir muito, para tirar o peso da Moema…”. A diretora e mãe, é Ana Kfouri, que também participou de ensaios de moda no JB.

Nas fotos, um estilo versátil, inspirado no figurino da Senhora dos Afogados e nas tendências do momento, o preto e o branco.