fotos Ines Rozario

Um mix de influências viajantes, com predominância árabe, tirou o Victor do caminho tropical – afinal, inverno não combina muito com folhagens e araras. O luxo dos bordados dourados em círculos em looks pretos e a sensualidade dos longos esvoaçantes, em estampa delicada de arabescos em fundo rosa e a boa troca das franjas por borlas na barra de alguns vestidos deram o tom de princesas acompanhadas de seus amores. A moda masculina ganha mais importância nesta coleção, ainda em tom fantasioso, como nas calças e paletó em estampa cashmere (a calça é linda, em fundo bege), nas vestes com ilhoses na barra e – ooops – no look de cueca e capa, sempre com sandálias de tira larga, trabalhada em metais. O look final, longo preto com estrelas em ouro e prata, veio com o decote ousado coberto de tule.
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E mais: nos acessórios sandálias de plataforma, com solado anabela, um tanto pesadas para o ano que vem. Melhores, as opções douradas rasteiras que contrastaram com os longos ricos. Bolsinhas retangulares, como clutches em acrílico, com borla na base.

O primeiro dia
Ainda muito complicado o roteiro de acesso ao evento duplo. A indicação é estacionar no subsolo da Cinelândia – quem chegou às cinco horas e saiu depois do último desfile pagou R$ 44 de estacionamento. Menos do que um taxi ida e volta da Gávea, por exemplo – pegar uma van do lado de fora, que deixa na entrada do Pier. Depois, pegar outra van, que deixará no salão Bossa Nova. O roteiro inverso, na volta. Ninguém garante que o final vai permitir sempre pegar o metrô ainda funcionando. Hoje, ainda deu, porque chegamos na Cinelândia dez para a meia-noite.
Parece que o Fashion Rio dos desfiles não tem nada a ver com o salão Bossa Nova, até as vans são diferentes. Poderia ficar mais simples se ficasse liberado o acesso a pé pelo cais, em vez de obrigar os convidados a esperarem na chuva pelas vans.
Em rápida visita, o salão surpreendeu pelo tamanho e número de expositores. Segundo Eloisa Simão, são 150 grifes, número que a própria organizadora reconhece como muito bom, “principalmente levando em conta a crise no varejo, que está parado”. Mesmo marcas que já expõem no Minas Trend vieram para o BN, como a Pat Bo, a Jardin e Lucas Magalhães.
Nos desfiles, por enquanto o ponto comum é a dupla ouro e prata, o preto e a riqueza de bordados.
As melhores peças: as jaquetas da Patricia Viera; os tweeds da Alessa e as calcas estampadas do Victor Dzenk

Amanhã desfilam Sacada, Oh Boy, Iódice e Coca-cola Jeans.