Para driblar as críticas contra a eterna volta ao passado feita pelas tendências de moda, o que seria o revival dos anos 1970 e da era hippie, virou o estilo BoHo. A palavrinha, que vale por Bohemian of Soho, acaba representando os looks inspirados pelo jeito de combinar peças artesanais de um jeito pessoal. É o Bohemio, tirado dos trajes ciganos da região da Europa, junto com o Soho, bairro cool de New York, onde a criatividade dos habitantes inventa modismos nem sempre próximos das novidades oficiais.
BoHo ronda a moda européia há pelo menos cinco anos. Nos ciclos da moda, esta distância é comum, principalmente quando se trata de convencer quem usa o luxo e as grifes a se despojar por um visual mais pobrinho. Pobrinho em termos, já que é possível ser BoHo com um bom jeans, um coletão de crochê e um saltão respeitável. Basta ver as coleções de Hedi Slimane para Saint Laurent, que ficam entre o rock e o hippie.
Pois o BoHo está confirmado para o verão brasileiro pelos expositores da Fenin que se realiza em Bento Gonçalves até sexta-feira, 10 de julho. Há estampas florais no lugar dos Animal Prints, jeans detonados e rasgadinhos e muitas variantes de complementos em crochês, tricôs e rendas.
Coletão de tricô sobre malha e calça flare em dark blue jeans, da Ponto de Arte
Um bom exemplo é a Ponto de Arte, empresa de Jacutinga/Minas Gerais. Há 16 anos são feitas coleções em tricô de máquina, para o inverno. Nesta Fenin, estreou a coleção de verão, em linhas acrílicas, bem mais leves, que permitiram a criação dos coletões, regatinhas, batas e até saídas de praia. Aplicações de guipure também valorizam as peças estampadas. Para completar, a Ponto de Arte investiu em shorts de jeans e uma bela calça flare em dark blue denim.
Versão mais colorida do BoHo, combinando étnico, tiedye e crochê, na Viviane Furrier
Outra aposta BoHo, mais colorida e tropical, está na Viviane Furrier, onde os coletões acompanham batas em tiedye.
Também bastante artesanal e bonita, a coleção feminina da Haes.
Camisa florida masculina, slimfit, da Zafferano: sucesso de vendas na Fenin
Os homens também podem aderir ao BoHo: um camisa floral resolve o caso. E está fazendo sucesso a versão da Zafferano, que mostra um modelo que desmente o mito que flor não é aceita pelo consumidor masculino. Ainda há uma camisa quadriculada, que seria básica, se não tivesse as curvinhas da estampa cashmere espalhadas. A coleção é toda slim fit, o que moderniza o estilo, sai dos parâmetros dos anos 1970.
E mais: muitas marcas sugerem propostas deste estilo na Fenin ds Bento Gonçalves. A Aishty, a M. Nacional e a Julieta também mostram boas ideias. Tão boas, que seus espaços vivem lotados de compradores, ainda não deu tempo de conversar.