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Quem foi rei, não perde a majestade. O velho ditado se adapta à Eliana Ferreira, mais conhecida como Eliana, da Krishna, marca que nasceu no finalzinho dos anos 1960 e fechou em 2005 por questões de sociedade e família.

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Em primeiro plano, as saias de tecido paquistanês. Em segudno, o vestido florido

As órfãs da Krishna, que guardam seus terninhos de linho e suas camisas brancas, no entanto, devem se preparar para mudanças: o mesmo jeito artesanal de antes é empregado na coleção de saias feitas com tecidos paquistaneses (R$ 1.200), nos vestidos floridos com cara de ingleses, na saias longas de seda tinturadas (R$ 416), nos adoráveis vestidos de cores de impacto – coral, laranja ou rosa – com cinto tressê fininho; calças cinco-bolsos de linho lavado com flores de miçangas bordadas na barra; a camisa com costas de seda com rosas pintadas à mão, a mesma seda que faz vestidos e saias; uma linda saia curta de tule recheada de flores de tecido – esta já atende a uma clientela que será atraída pelas idéias da Isabel, filha da Eliana.

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Um recanto com estampado e vermelho

Ali embaixo, na prateleira de uma estante de rodízios tirada de um acervo da Richards, perto de outros móveis garimpados na feirinha da Praça XV (“adoro aquilo lá’, completa Eliana), me encontro: calças chino bege, camisas de malha listradinha (R$ 118). Como se trata de ateliê, não há sapatos, um ponto forte das escolha da Eliana.

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A escada contorcida, pintada de amarelo

O ateliê na Gávea fica em uma casa de dois andares, pé direito alto, escada contorcida amarela, piso de pinho de riga descoberto sob camadas de betume. Paredes descascadas, tijolos aparentes. A cabine de provas, dentro de um cubo espelhado, tem cortinas feitas de lençóis e toalhas bordadas, antigas.

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O impecável serviço da mesa de jantar, com menus impressos

O especial – a casa pode ser visitada, as roupas vistas, provadas e compradas. O lançamento, no entanto, foi especial, exclusivo, diria mesmo, comovente: um grande jantar com menu do Claude Troisgros, champanhe, vinhos, só com amigos e parentes. A Laja, da Sara Jóias, confirmando o sucesso das pérolas na moda, “porque os chineses têm uma maneira de tornar mais leves, com menos camadas”, mas acha lindas as clássicas South Seas; Hiluz del Priori, Isabel e Bernardo, filhos da Eliana; Bob Neri e Bel Lobo, os arquitetos; Daniel, o advogado brilhante, que no seu speech definiu bem a sensação de estar em um evento especial, agradecendo pelo privilégio de ser convidado; Ricardo Ferreira e a Verônica, pela Richards – Ricardo ainda ganhou bolo e parabéns atrasado pelo aniversário. E mais outros amigos e amigas, genros e noras, uma torcida calorosa pelo sucesso da anfitriã. Uma bela noite.

eliana e ricardo

Ricardo, Eliana, Verônica e Bel Lobo, depois dos parabéns

Por enquanto, o ateliê se chama V & F, iniciais dos netos. O nome Krishna está disponível, talvez volte a ser utilizado – particularmente, sou contra. Sou adepta do vida nova, nome novo, moda nova, tudo novo!

Endereço: rua Oitis, 15 / Gávea, quase em frente à academia de ballet da Dalal Achcar

Intervalo / o jantar da Eliana me lembrou de outro, em Zurique. Durante a feira de jóias em Basel, o grupo Bulgari convidou para um jantar. Lá fui eu, recém-chegada do vôo, pensando que era um evento para a imprensa. Nada disso: era só a família, os barulhentos e animados italianos donos da Bulgari em um mesão com vinho e massas. Todos lindos, falantes em pelo menos três línguas (italiano, inglês, francês), de tudo, menos dos lançamentos da temporada. Do meu lado, Paolo, o CEO na época. Me ocorreu perguntar qual era o modelo do relógio dele, um Bulgari, claro. “Ah, isto? É de plástico, foi um brinde de algum evento”, respondeu, puxando o punho da impecável camisa branca, para exibir o relógio de pulseira verde e mostrador preto / no ateliê V & F não deverá haver grade completa, porque são roupas artesanais. Mas quem está nos 44 ou 46 (tamanhos) vai achar modelos mais soltos, que devem atender ao caso. Convém cortar doces, massas e refrigerantes, para caber nas saias mais estreitinhas / Eliana é (e continua) sui generis. Gosta de: feirinha da Praça XV, rua do Lavradio, supermercado na zona Norte (“onde a carne é muito melhor”) e sonha morar em Cherém (“onde todos se conhecem, são amigos, as casas têm quintais e jardins”) / É e continua elegante. O jantar podia figurar naquelas revistas Town & Country, de tão perfeito e bonito. Ela vestia uma das saias de tecido paquistanês e um casaco de seda com as rosas pintadas, mais sandália rasteira, de tirinhas finas, “a mesma roupa que saiu no caderno Ela, aliás, estou assim desde hoje de manhã, também”. Quando viaja, adora comprar na Zara. “Compro uma calça, baratinha, uso todos os dias na viagem. Depois deixo por lá mesmo, porque sai mais caro mandar lavar do que comprar outra”. / o máximo: repete roupa, gosta de peças práticas e baratas, não tem frescura, mas é total chic, por mais que se esforce em parecer desligada.