Temos que admirar a capacidade de mudar o visual das salas em Paris. Ou o aproveitamento dos prédios históricos. O salão da Escola de Belas Artes se presta a todos os tipos de montagem. Para Lanvin, até lembrava a abertura da Avencida Brasil, com a passarela sobre andaime. Na coleção, a inegável inspiração no smoking, o traje de gala masculino. Ele virou vestido de uma manga, blusa de uma alça, lapela que deu laço, tudo em preto e marinho. Vestidos bonitos, sóbrios, mas com estas assimetrias típicas do diretor de criação, Alber Elbaz, que sempre gostou de um laço, um repuxado, um drapeado modelando o corpo feminino.
No final, um mergulho nas cores. Prefiro a parte escura, apesar de ter lembrado muito o estilo do Armani.
Intervalo / o problema de quem vem algumas vezes aos desfiles por aqui é a tal da comparação. Sabem que eu gostava dos desfiles Lanvin naquele galpão do outro lado do Sena, o Halle Freyssinet? Dava um mistério, aquela poeira que subia do chão / também acho estranho Dior fora do Museu Rodin. E achava lindo quando era em tenda montada de frente para a Torre Eiffel, no Trocadero / a grande sensação da semana é o torneio Slimane x Simons. Ou seja, as estréias de Hedi Slimane em Saint Laurent e do Raf Simons no prêt-à-porter da Dior. Em lugar do octógono, eles váo se enfrentar nas salas de desfiles…