Masculino? Nem tão limitado assim: a Handred, do André Namitala, agrada a todos. Um lance explica bem esta abrangência de clientela: entro eu com meu vestido de linho azul-marinho, na loja de Ipanema. Vem o André e avisa: “eu fiz este vestido para a Rebecca Barreto!”. Quer dizer, o cara sabe tudo de modelagem e estrutura de roupa. Por acaso, ou para suprir um nicho meio carente, criou a Handred com paletós, calças e macacões.
A coleção cápsula apresentada em Ipanema antecede a grande linha de inverno, a ser vista na semana de São Paulo. Muita estampa de gravataria em sedas, tanto em camisas como em sambas-canção, xadrezes em chemises, camisas amplas com mangas quimono, cós sempre elástico (justamente para se adaptar a corpos femininos ou masculinos). Segundo André, “é roupa para o Brasil, sempre em tecidos naturais. em tamanhos do XXP até o GG”.
Concluo que o André tem um bom tempo de trabalho (já que meu vestido também já me acompanha há alguns verões), segue um rumo diferente da simples aventura de moda. É o que os americanos chamam de profissional Old School, porque estudou Moda na Cândido Mendes, tem ateliê em Copacabana, onde trabalha no dia a dia com as costureiras, sabe dizer quanto gastou de linho em uma peça (“cinco metros!’) e já abriu loja em São Paulo, na Oscar Freire. “Mais barato do que aqui no Rio!”.
As peças desta coleção vão de R$ 320 (uma regata) a R$ 1.400 (a tal calça de cinco metros de linho).
Detalhe final: o nome Handred vem do apelido dado pelo pai, na infância. Corruptela de André, virou nome da grife.