Não é fácil inovar na moda praia. Portanto, vale contar da Niord, marca que em 2014 fez a Tatiana Castro largar a advocacia para cair na moda beachwear e resort. Seguem as respostas na entrevista:
Por que este nome, Niord?
O nome vem da mitologia nórdica (Njord). Personifica o Deus dos mares, do vento, o pai da Deusa do amor e da beleza. Achei o som forte e a simbologia se identificava com o que eu estava criando
A marca é do Rio?
A marca foi criada no Rio, onde moro há 15 anos. Mas toda a produção e primeiros desenvolvimentos eram feitos na nossa matriz em Minas Gerais. E em meados desse ano de 2017 transferismo tudo para o Rio de Janeiro. Agora a Matriz o Ateliê e produção no Rio de Janeiro
Vai até que número?
Até o G que veste 44.
Investe mais em maiôs ou biquínis?
Invisto nos dois, mas não posso negar que tenho um amor especial pelo maiô. Ele te mostra inteira e ao mesmo tempo te esconde. Eu gosto dessa dança que mistura sensualidade, elegância e mistério.
Quais os materiais principais na linha praia? (vi que tem uns visuais brilhantes, pretos, bem diferentões)
Vestimos o praia e o pós praia.
No pós praia, trabalhamos com tecidos como seda, linho, algodão entre outros, dando preferência às fibras naturais que são mais frescas.
A linha Niord Athletes, é voltada para praticantes de esporte ao ar livre, com peças feitas em material com Fator de Proteção Solar 50 e bodies em neoprene com estampas exclusivas, ideais para a prática de surf e afins.
Trouxemos também as calças de ginástica estilo alfaiataria, fabricadas com um tecido de tecnologia que auxilia a circulação e atua contra celulite.
Os biquinis e maiôs em sua grande maioria são dupla face, feitos com materiais de alta qualidade, tanto no lado que fica exposto quanto no lado que toca a pele.
Além de dar um acabamento mais delicado, sem costura aparente, proporcionamos dois modelos em um, permitindo a variação de peças, a economia do espaço na mala e a sustentabilidade.
Os brilhosos são uma novidade dessa coleção. Pensados para festas de final de ano.
Você frequenta praia? Qual delas?
Às vezes! Quando consigo tempo vou a Ipanema, Leblon ou Barra em horários e dias calmos. Buzios e a região de Angra dos Reis também são ótimas opções por perto.
A última: qual o modelo que faz mais sucesso?
Depende do propósito:
Se o desejo for bronzear com uma marca discreta, o biquíni de lacinho é o que faz mais sucesso.
Mas vale escolher as circunstâncias.
Um hot pant vai super bem com uma chemise de seda, para cruzeiros, resorts, passeios de barco e festas em piscinas.
A coleção
O tema central da coleção deste verão é o continente africano, com estampas exclusivas desenvolvidas por Tatiana Castro, com consultoria de Alessandra Marins, da Rio Moda. Há também temas náuticos, preto e branco e um toque de Brasil.
Na linha resort, destaque para a seda e o linho. As peças não têm costuras aparentes, são double face.
E mais / Moda praia: evolução
Até os anos 1950: maiôs de lastex, duas-peças de tecidos, muitos modelos ainda de lã
Anos 1960: biquínis de jeans, de tecido – o estampadinho florido em fundo preto era o máximo, em Ipanema (conhecido como Mamãe Dolores, personagem da novela Direito de Nascer), modelos feitos sob medida
Anos 1970: começam os modelos em Helanca. Biquínis de crochê, maiôs inteiros estilo Miss
Anos 1980: enfim, começa a verdadeira moda praia Brasil (e do mundo), com o advento da Lycra. Este material permite modelos mais ousados, mais ajustados, mais elásticos
Anos 1990: muitas estampas, muitas listras, marcas começam a se consagrar no Rio de Janeiro, graças aos desfiles do Fashion Rio. Blue Man, BumBum são pioneiras, Lenny e Salinas renovam o panorama da praia. Biquínis de lacinho predominam. De São Paulo, surgem Rosa Chá, Água de Coco, Triya, Adriana Degreas
Século 21: mudam os designs, com recortes nos maiôs, biquínis mais audaciosos. Ou menos audaciosos, já que um dos sucessos mais recentes é o top retangular. Surgem marcas novas na Internet