Por mais que as outras três cidades forcem a barra para uma liderança, Paris continua a surpreender. E surpresa é ítem fundamental na moda. Com exceção da Dior, onde a Maria Grazia faz questão de confirmar seu conceito feminista, as demais marcas escapam das definições de gênero, quase vestem homens e mulheres com as mesmas roupas. Uma consequência prática: podem acabar com a semana de desfiles masculinos e incorporar os homens na semana feminina.
Pelas notícias que recebo, pelas informações que chegam, estes são os destaques até agora, quarta-feira:
DIOR: a criatividade da Maria Grazia Chiuri faz com que ela acerte mais uma vez. Muito xadrez, contrastes de casacos pesados com saias leves, de renda ou tules. Nos acessórios, chapéus em todas as cabeças
SAINT LAURENT o desfile foi o destaque, com o conceito anos 1980 expresso nas luzes negras sobre casacos peludos com detalhes neons. Antes desta euforia, looks inspirados em Catherine Deneuve e nos terninhos e smokings brancos da Bianca Jagger, Referências para Anthony Vaccarello, responsável pela marca
MAISON MARGIELA um show sóbrio de cores sombrias, aberturas no lugar de mangas, toques de cor em leggings dignos das marcas de Cabo Frio, de tão estampados e coloridos. Competência do John Galliano
LANVIN: aos 31 anos, o Bruno Sialelli começou bem, na marca que conta com a participação acionária do grupo chinês Fosun Fashion. Sabem quando se conclui que a substiutiçnao não vai dar certo? Acho que é a experiência que nos cochicha: na Lanvin, depois da saída do Alber Elbaz, vieram Bouchra Jarrar e Olivier Lapidus, dois fracassos. Agora, o Sialelli acertou, tirou o ranço de luxo antigo, botou jeans na linha, as estampas com o elefante Babar nas sedas e lembrou dos marinheiros eróticos do filme Querelle.
ROCHAS: sinto muito, mas Alessandro Dell’Acqua não deu muito certo. Tailleurs de tweed sem gola nem lapelas, casacos com faixas e blusões de couro. A maioria seguindo o estilo oversized, que ronda todas as coleções para o inverno 19/20
DRIES VAN NOTEN: primeira parte, direto nos ternos e tailleurs, casacos, de alfaiataria em cinzas e pretos. Segunda parte, flores decorando mangas, barras de saia, cobrindo casacos inteiros. Flores bem figurativas, lembrando decalques de banheiro dos anos 1950.