Um grande inovador da moda, Pierre Cardin faleceu hoje, terça-feira, aos 98 anos. A partir dos anos 1960 o italiano naturalizado francês não parou de surpreender com suas propostas: roupas geometrizadas, curtas, femininas, macacões masculinos, coleções consideradas futuristas na época. Mas não foi apenas na própria moda que se destacou: investiu na cultura, abrindo o Espace Cardin nos Champs Elysées, onde se apresentavam espetáculos de dança e teatro_e onde desfilava suas coleções nas semanas de moda parisienses. Comprou o restaurante Maxim´s, um dos ícones da gastronomia e do estilo de vida francês. Nos anos 1980 abriu a licença da marca, invadiu o mundo com produtos de todos os tipos. Um dos países onde mais vendia era o Brasil – tanto que, preocupado com o que podia acontecer com seu nome, veio pessoalmente conferir os itens, que iam de jeans a lençóis. “Temia que fizessem penicos com minha assinatura”, comentou bem humorado, durante entrevista à revista DOMINGO do Jornal do Brasil.
Além da moda, desempenhou papel de personagem no filme Joana, a francesa, dirigido por Cacá Diegues, ao lado de uma de suas paixões, a atriz Jeanne Moureau.
Mas um de seus feitos mais importantes foi o fato de ultrapassar as fronteiras francesas e produzir desfiles espetaculares em países como a China e a Rússia.
Elegante, discreto, Pierre Cardin sempre foi um exemplo de profissional múltiplo, que cultivava a cultura e a beleza inovadora.