Eloysa Simão já usou temas ecológicos, de água, de transformação e de magia. Para o inverno de 2012, a 19ª edição do SRFB é Verdejante, símbolo de algo que se renova, que vive, lembra seiva e sangue, reciclagem. O evento comemora 10 anos de existência, desde os tempos em que era anexado ao Fashion Rio, no MAM, e chega à 19ª edição com mais de 300 expositores, em 30 mil metros quadrados no centro da pista do Jockey Clube da Gávea.
Tanta evolução não reduz o humor da realizadora. Para ela, moda é movimento social, o evento, um ponto de convergência de todos os setores da cultura e do consumo. A moda anda junto com a gastronomia, a decoração, as artes plásticas. O consumidor se veste de acordo com os movimentos que segue. Até aí, tudo bem, tudo sério. E vem a tirada divertida:
– Sou procurada por gente que me diz que adora moda. Eu pergunto: você gosta de moda ou de roupa? Moda representa muito trabalho, estudo, pesquisa. Se gosta mesmo é de roupa, procure um marido rico – define, com seu humor típico.
Surrealismo – a linguagem gráfica do SRFB será surrealista, simples. Sem pretensões de prever tendências. “Sinto que estamos na pré-história de uma nova História. Na moda, também tudo muda. Um empresário do setor não pode viver de aparência. E neste evento, o desfile anda junto com os negócios. Não adianta ter uma imagem maravilhosa e uma marca desorganizada. Ou vice-versa. Para usar uma palavra atual, de Facebook e Twitter, é preciso cutucar as pessoas, com o desfile, a coleção, o que for”, completou a organizadora, sócia na Dupla Assessoria, que desde 1992 dirige eventos de moda no Rio.
Novidades – As artes plásticas estão cada vez mais evidentes como referencias de estilo. O decorador e vitrinista Edgard Octavio reuniu artistas para distribuir pelos lounges e espaços da grande tenda armada no Jockey. Arnaldo Brenha, dono de galeria de arte, também é curador do SRFB, promete trazer três toneladas de obras de nomes como Andrea Brandani, Bruno Big e Fernando de la Roque.
No Fórum de lojistas, as palestras vão girar em torno do novo luxo e a sustentabilidade. O Gourmet Show, especialmente saboroso, vai tratar de temas como a culinária costeira e a cozinha da fazenda.
O lado de cooperativas e artesanias sempre foi um fornecedor de belas histórias para nossas reportagens. Nesta edição, Cocco Barçante, mestre e artista plástico, é o responsável pelos painéis Sentimentos do Rio: são 12 trabalhos de 2 x 10m, feitos por bordadeiras da Cidade de Deus, Natividade e outras comunidades. Na ala da Economia Criativa e Solidária, Cocco aparece novamente com trabalhos de ONGs como a Bordados e Nós, que fazem bolsas de malotes bancários e bordam sobras de couros de tilápia, mais um grupo do Complexo do Alemão que faz saias e vestidos com aplicações. “São trabalhos que estão à venda no quiosque do Banco do Brasil, em Copacabana”.
Além das artesãs e costureiras, participam também os 15 núcleos criativos orientados pelas equipes do Senac Rio: Três Rios e Miguel Pereira, Campos, Itaperuna, Cabo Frio e Araruama, Angra dos Reis e Paraty, Volta Redonda, Valença, Barra do Piraí, Niterói, Rio Moda Infantil e Rio Tecidos e Vestuários.
O novo Tech – Patricia Hall é a curadora do novo formato do Tech. Arquitetos e decoradores vão montar quatro lojas-conceito e o lounge para os talk shows. Vejam o elenco: Gorete Colaço, Paula Senra, Carolina Travaglini, Gabriela Eloy, Rodrigo Jorge, Fabio Bollet, Flavio Hermolin, Duda Porto. “No próximo, serão 20 espaços!” anunciou Patricia Hall.
Números e data – são 30 mil metros quadrados de ocupação com tendas, 300 grifes expositoras, mil lojistas convidados vips, 20 mil lojistas visitantes, 600 profissionais de imprensa credenciados.
A próxima edição, do verão 2012/2013 será na segunda quinzena de maio
Quanto às marcas que saíram da agenda de desfiles, Eloysa declarou que muitas vezes o empresário está totalmente empenhado na venda. “A organização da coleção é complicada. Temos que pensar que não é o evento que determina a realidade das empresas”.
Fotos Ines Rozario
Intervalo / a tenda branca é compriiiida. Parece até a Dasluzona de São Paulo / Sempre uma coletiva competente, a da Eloysa. Está quase se consagrando como a nossa Steve Jobs / aprovada a ausência do prefeito e do governador: não pegaria bem, nesta semana de tantas chuvas e problemas no estado / parecia combinado, mas causou sensação a aterrissagem de uma asa delta bem em frente à varanda do Vitória, restaurante onde se realizou o café da manhã e a coletiva. Alias, que delícias, as bombinhas de chocolate / deu overbooking na coletiva. Faltou cadeira para o pessoal