Enquanto estamos neste chove-não-molha no Sudeste do Brasil, Aspen já está com 10cm de neve desde a semana passada, com promessa de boas nevascas daqui pra frente. Os experientes neste turismo aventureiro – sim, porque esquiar é uma aventura das mais complexas -, recomendam ir para lá em março, quando fica menos frio e a neve está perfeita. Mas qual é a graça, de estar mais quente? Como nunca me conformo de viajar pá-pum, isto é de um lugar só para outro, sem escalas nem paradas, escolhi um roteiro maluco, que inclui uma boa parada em Dallas (Texas) para provar os quitutes do…aeroporto! Escala comestível Pode ser só uma escala no meio do caminho para Denver, ou uma noite de hotel no Texas, para provar as delícias do Dallas Fort Worth. Escolham algumas opções destas e aproveitem a chegada cedo do voo pela American. que faz Rio-Miami e depois pegar outro voo de duas horas também pela mesma companhia até Dallas. Aproveitem que a chegada é cedo e provem o breakfast, o almoço e o jantar! Fiquem uma noite no hotel próximo e esqueçam da balança. Vejam uma listinha de lugares para comer:
Agora, a neve Para chegar lá, duas opções: voar de Dallas para Denver e de lá pegar um jato canadense, daqueles com duas turbinas na cauda (me lembra o antigo Caravelle) da Skywest até Aspen. Ou como fiz, pega um carro em Denver e segue três horas e meia até Aspen. Medão de pegar uma avalanche (costumam avisar no caminho), de derrapar no asfalto com gelo, mas achei melhor do que voar entre montanhas em um avião pequeno. Na cidade, conhecida pelo comércio tentador, a maior novidade é o teleférico Coney Express, de alta velocidade, com capacidade para até quatro pessoas apressadas para se jogar nas pistas abaixo. A intenção é substituir o Coney Glade. Fora das neves, o programa cultural é o Art in Unexpected Places (ArtUP) que completa 20 anos, com a presença de gente importante, como o Alex Israel, design multimídia e escritor, baseado em Los Angeles, trabalhando no Estúdio de Design da Warner Bros. As festas acontecerão na Lynn Britt Cabin, que passou por reforma e está pronta para as festas no pátio externo ampliado, bar e churrasqueira. O teleférico novo vai permitir que os não-esquiadores cheguem lá através da estação intermediária. Aspen também segue a sustentabilidade e a defesa do clima. Os copos compostáveis trazem mensagens através de código QR para chamar as pessoas para o movimento Protect Our Winters (protejam nossos invernos). Auden Schindler, vice-presidente senior de sustentabilidade de Aspen One lança o livro “Beleza terrível: contando com a cumplicidade climática e redescobrindo nossa alma”. Vale conferir, o lançamento é no dia 26 de novembro, semana que vem. Ele escreve sobre o fracasso do movimento ambientalista moderno e o caminho para a reforma. Super atual, deve incluir a perspectiva de verões cada vez mais quentes, invernos com pouca ou nenhuma neve..A Aspen Skiing Company – que opera quatro montanhas de esqui chamadas Snowmass, Aspen Mountain, Aspen Highlands e Buttermilk – também desenvolve experiências sustentáveis e transformadoras em entretenimento, cultura e natureza. Um exemplo é a instalação de painéis de energia solar e o aumento de opções gastronômicas mais econômicas. O aplicativo Aspen Snowmass informa tudo, desde o status das trilhas, alertas matinais, compras de bilhetes do teleférico, aulas e aluguéis de equipamentos. Outro dado que achei interessante: a cidade deve ficar mais democrática, porque há um projeto de construção de casas mais baratas na região. O que possibilita trocar o conceito de cidade apenas turística de inverno, vazia no verão. Com gente circulando o ano inteiro e perto de uma cidade grande como Denver, que é ótima. Se a neve escassear, Aspen continua viva…
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