Tafetá ou cetim?”

Frases deste tipo, ditas por Bianca Ramoneda (de jeans e um belo blusão de organza) deram um show à parte no desfile da Tessuti. Incrível como poesia pode rimar com moda. Na coleção, as harmonias mais bonitas foram as estampadas com geometrias soltas, nos vestidos e saias, em tons de cinza ou rosados. Apesar da maior parte vir com o teor de alta-costura que anda constante nas passarelas cariocas. É um tal de drapeado, franzido, de retorcido, técnicas difíceis de dominar, mas que prometem dar um ar de deusas gregas ou de modelos de Madame Grès, em versão redux. Sim, redux, porque são vestidos que desnudam as pernas inteiras, ainda mais longas pelo salto alto do sapato prata. Há formas de tulipa, montadas em pences, decotes nas costas que acabam em galões bordados em prata.
O azul da década de 80 realça as túnicas e as calçass curtas, o vermelho coral e o amarelinho também são sugeridos por Clara Vasconcelos. No fim das contas, reina o cinza, em sedas de parkas de verão.
‘Gosto de tudo que é 100%
De tudo o que é nobre
Da seda ao sentimento”
A Tessuti sempre traz algo novo, além da moda. A poesia da Bianca garante a presença na nossa memória, tão boa quanto o desfile na Ilha Fiscal ou a orquestra sinfônica da edição de inverno.

Melhor: a parka de seda cinza, para dias de chuva ou de sol

A ver: o comprimento curto demais dos vestidos

Rodapé / bom ver a Clara recuperada, depois das crises de janeiro. Ela está ótima / acessórios metalizados, de preferência em prata. As bolsas são grandes, retangulares, misturam texturas / sumiram os leggings! / Mara Mac, no corredor do Mídia Center, declara que o Wander, maravilhoso maquilador e amigo, tira as olheiras e o brilho do nariz dela / Bonitona a bolsa da Coleções, em estampa Pucci. Com a edição internacional como recheio!