A corte da Santa Ephigênia

O tour patrocinado pelo Fashion Rio levou a platéia do Forte de Copacabana para o Parque das Ruínas, em Santa Teresa. Valeu a viagem, a dificuldade de chegar ao local, para ver os vestidos drapeados inspirados pela chegada da corte portuguesa ao Brasil. Claro, a coleção se chama Império, a trilha incluía trechos do Guarani, Mutantes e acabou na Aquarela do Brasil pela orquestra de Ray Coniff, e não faltaram cortes altos, brincos de longos pendentes em forma de tucanos, abacaxis e folhas de costela-de-adão, criados por Francesca Romana Diana, autora também dos cordões com cruzes de malta estilizadas.
Interessante o trabalho de figurino misturado aos toques esportivos, como as faixas metalizadas nas laterais de calças e saias – referência Adidas -, as estampas florais que colorem os vestidos de saias rodadas, típicos da dupla Luciano Canale e Marco Maia, donos da Santa Ephigênia. As cabeças com folhas e flores de tule foram by Ricardo dos Anjos, um artista.
E se as elegantes correm até o ateliê, loucas por um dos vestidos drapeados, de corte império, quanto vão pagar? “Um vestido em linho Leslie dourado custa desde R$ 800”, adiantou Luciano. “Ora, digamos que vai depender do budget, do cartão de crédito dela”, brincou Marco Maia, enquanto brindava com champanhe o sucesso do desfile.

Destaque: a sugestão dos vestidos longos, drapeados, formais, complementados pelas sandálias rasas, espartanas.
A pensar: as mangas volumosas, trabalhadas em vieses e recortes.

Rodapé / a platéia, praticamente inteira de botas de montaria sobre calças, contou com o séqüito de admiradoras e clientes fiéis: Beth Pinto Guimarães, Anna Sillos, Yara Figueiredo, Tanit Galdeano, Gláucia Zacharias e Amelinha Falk. Na hora dos cumprimentos, todas já faziam suas encomendas aos estilistas / onda nova: combinar óculos e botas. No caso, os dois itens eram verdes-alface / Pilar Castaño, editora colombiana, considera o Brasil como o destaque em moda na América Latina, apesar do salão Colômbia Moda ter fama de ser o melhor, atualmente. “De jeito nenhum: principalmente a moda carioca tem personalidade, mais estilo, é mais individualista. Na Colômbia, mesmo com bons criadores em Medellín, não temos um Carlos Miele, um Walter Rodrigues ou um estilista com este perfil inovador”, comentou / no final, uma luta para conseguir um táxi

Fotos Ines Rozario