Virzi, da Pérsia para a maternidade

Marcella Virzi aumentou o poder dos bordados, transformou seus tradicionais arabescos em placas em metal envelhecido ou francamente prata, sobre segundas peles e tules que disfarçam a pele e criam decotes desenhados. A cartela dos minivestidos, tops e calças confirma o que se viu até agora: nada de cor. Cinza, bege, grafite, prata, são os indicados pelos desfiles até agora, anoitecer do segundo dia do Fashion Rio.
O requinte dos bordados da Virzi tem origem em histórias persas, de rei Dario e xás do Irã, as estampas quase imperceptíveis lembram kilims, e as sandálias altas ou baixas lembram guerreiros antigos.
A riqueza pode ser medida em tempo. Algumas peças levaram até 250 horas para serem confeccionadas.

O melhor: Marcella Virzi tem um instinto feminino do que queremos vestir. Por mais complicados e pesados que sejam os bordados, decoram peças simples. Um top de decote bordado resolve a escolha de uma roupa diferente, bonita e na moda

A confirmar: os tressês de tiras de tecido.

Rodapé: Marcela Virzi deve ter ido correndo para a maternidade, depois do desfile. Estava linda, de vestido preto sobre calças jeans, só uma barriguinha / afinal, por que a sala foi dividida pela metade, de um lado, a platéia congelada pelo ar condicionado e do outro, uma escadaria, que não foi utilizada? / era o jardim suspenso da Virzi, ambientado por Ovídio Cavalleiro, com acervo de Cláudio Klabin