Extra urbana

Difícil definir quem fez mais bacana: Alberto Renault, autor do cenário de zincos, ralos e assimetrias, ou Andrea Marques, à frente da equipe de criação da Maria Bonita Extra. Um desfilão, com conceito urbano, estampas tiradas dos grafites dos muros da cidade, cores de asfalto e uma moda adequada para o uso na cidade, sem aparecer demais, mas garantindo para quem veste o aval de modernidade.
Interessante também reparar que Andréa reciclou temas considerados roupas de senhora. Como o chemisier estampado, o cardigã de listras finas, ou o cinza-escuro, eu perderam a conotação depreciativa de arquivos de guarda-roupa. Na Extra, as proporções de cintura baixa, a graça dos adereços como laços e corações convivem com as saias balonês na medida certa. Deste jeito, é viável ver nas ruas estes modelos que ganham volume graças ao leve franzido na barra.
Mas a grande diferença na atualização dos estilos de vovó está no comprimento curto e na juventude das modelos de pernas ainda mais longas pelos saltos dos sapatos anabela de verniz.

Rodapé – há algum cuidado necessário nos acessos e saídas das salas. Muita gente cai nas escadas e nas passarelas – do outro lado da sala, na fila A, um quarteto de modelos respeitável: Adriana Matoso, Alexia Deschamps, Carla Barros e Maira Jung – vejam também a cobertura da minha sexta turma de Jornalismo de Moda, em www.askthe-dust.blogspot.com – coisas de Fashion Rio, o perfume de maresia no intervalo, enquanto se corre de um desfile para o outro