Victor Dzenk, carioca
Este mineiro pretendia homenagear a mulher carioca e sua cidade. Para tanto, inventou estampas com as cores e o mar do por-do-sol de Ipanema, com fotos de Copacabana à noite, o perfil das montanhas com o Cristo Redentor no fundo. Fez colares com pendentes em forma de bondinhos do Pão-de-Açúcar, repletos de pedras brasileiras, botou trilha de bossa nova, Quincy Jones e Fernanda Abreu. Mas em matéria de moda, se confundiu – ou nos confundiu – com versões ambíguas de estilos parecidos. Por exemplo, em jérsei prata, mostrou um longo glamuroso, com losango bordado em prata no centro, digno de uma estrela hollywoodiana. Na mesma linha, em seguida, lá vinha um minivestido no mesmo tecido, com as mesmas pedras ou bordados, com o visual que faria o maior sucesso no figurino de Camila Pitanga como Bebel, na novela Paraíso Tropical.
Para confirmar este lado calçadão da coleção, Victor incluiu o body de crochê, também marcante no figurino da garota de programa da novela de Gilberto Braga.
Bem, moda aceita tudo. Isoladas, há peças muito boas. O conjunto perde um pouco nesta ambigüidade.
Tudo tem uma razão prática. Victor é um dos estilistas brasileiros que tem show-room internacional, e provavelmente estas idéias com influência tão carioca e sensual vão agradar na Europa. Aqui no Fashion Rio, a fila A das celebridades aplaudiu feliz no final do desfile.
Rodapé: Rauca desistiu de desfilar para o Victor. Sinceramente: não fez falta. – as meninas estavam bonitas, com make do Fernando Torquatto – é bom prestar atenção nas letras das trilhas. Desta vez, havia coerência nos versos que falavam de uma Lola, que dançava o chacha em Copacabana