Amaya Arzuaga, acho que foi bom
19h30 / Embaixada da Espanha
O convite chega cedo, com nome certinho, lugar marcado – fila 1, que é a A em alguns desfiles – e você parte para o lugar, onde uma pequena multidão tenta entrar em portas que se abrem e fecham, para controlar o número de pessoas. Ainda tem uma parada no meio do caminho, entre duas escadarias, porque estão servindo vinho, a turma pára, bebe, engarrafa tudo. Enfim, chega-se ao lugar, ainda vazio, com presskit ótimo, com ficha técnica. Demora, demora, demora e enfim começa uma hora depois. As modelos entram por uma porta atrás dos lugares e saem pela frente, percorrem várias salas. Deu para ver as costas do primeiro vestido. Daí em diante, foi um contorcionismo para ver a coleção de frente!
A Amaya costumava desfilar em Madri, onde vi pela primeira vez. É considerada vanguarda na Espanha. Aqui em Paris, onde integra a agenda oficial da semana, apresentou vestidos longos, suéteres com leggings, macacões e casacos, cada peça com um truque de habilidade. Um repuxado na frente, uma abertura lateral, uma pala de couro de ombro a ombro. Interferências de formas coloridas, pela influência de Sonia Delaunay, do Orfismo e de silhuetas estruturadas como esculturas. Quando li este trio de referências, achei estranho. Na coleção, foi tudo a ver, nos vestidos montados em costuras de linhas coloridas, nas formas geométricas centralizadas, nos pregueados. Gostei muito mais da Arzuaga como designer de inverno; a coleção de verão estava frágil demais, muito conceitual. Desta vez, há conceito e há roupas. Marcantes, diferentes, mas são roupas.
19h40
Ficha: produção e direção: Jay Arcos para Modatech; Música: Javier Peral; Cabelo: Seb Bascle; Make: Christophe Durand; luz:Mark Vanderbroeck; direção de arte: Salvador Alimbau
Intervalo / não é fácil, nem barato apresentar coleção em Paris. Em setembro Amaya desfilou na Cidade da Moda e do Design; agora foi na EmbaiAmaya Arzuaga, acho que foi bom