Melk Z-Da
O pernambucano de nome estranho faz moda menos estranha. Tules amarrados, estampas digitais de rendas renascença, formas mais soltas e a cartela de cinzas, azuis, laranjas e verdes é unânime nas propostas de verão. Melk lembrou das mulheres da família, segundo ele “matutas que gostavam de sair carregadas de grandes bijuterias e lenços”. Até que a matutice das tias faz sentido como estilo para as urbanas cool das cidades brasileiras. A coleção inclui bons vestidos em barras com recortes, modelos mais gênero mangá, com os croquis do próprio Melk Z-Da no forro, cobertos por regatão de tule cor de pele. Destaque para o vestido verde, com decote de amarrações. Na complementação, grandes bolsas em couro com recortes ou douradas com aplicações metálicas. Nos pés, chinelos de borracha e muito barro, subindo pelas pernas. Só para ninguém esquecer que eram mulheres do agreste, as inspiradoras.

Rodapé / toda carreira tem que ter uma evolução. Muitas vezes, um criador começa com idéias inusitadas, que são uma espécie de desafogo mental, de sonhos acumulados, loucos para serem exibidos. Em dois ou três anos, o estilista entende que é preciso compartilhar o sonho, o que significa convencer as consumidoras a usarem suas idéias. Melk atinge este estágio, ficou mais fácil imaginar seus modelos nas festas de verão / boa notícia: Marciana dos Santos ganhou o prêmio de estudos no Senai Cetiqt, oferecido aos participantes do Rio Moda Hype. Parabéns, Marciana, sua coleção estava um encanto