Giselle Nasser, em camadas

Jogo de transparências em preto sobre forros coloridos é recurso banal. Giselle exercita o talento de modelagem montando a coleção inteira em camadas de tecidos recortados em retângulos, debruados, sobre cores preciosas. A passarela e o fundo brancos realçaram os efeitos dos tules cortados em pétalas arredondadas sobre minissaias. Uma regata preta acompanha uma saia azul-cromaqui (como define Katia Wille, da Zigfreda) com uma cobertura de tule preto. Algo sideral compõe os looks de minissaia preta, top drapeado azul-pavão e casaco quadrado em tafetá changeant azul. Estas roupas delicadas contrastam com os sapatos pesados em verniz azul, violeta ou laranja. Cristais parecem estrelas nos tecidos escuros, e no traje final, vestido por Bruna Tenório, eles são muticoloridos no tule sobre base laranja.
Giselle tem talento para a roupa feminina, cheia de truques, como as aberturas junto aos decotes, ou a superposição de transparentes e foscos. A única ressalva tem a ver com o ponto crucial dos lançamentos de verão: o comprimento curto demais.

Rodapé / terceiro dia de SPFW, definem-se os hits do verão. Cores neutras, do bege ao cinza; amarelinho como cor de tendência e tons fortes, derivados de um espírito holywoodiano dos anos 80. Vestidos soltos, os easydresses, calças menos freqüentes, mais retas. Sapatos e sandálias em verniz colorido. Estampas floridas disfarçadas / na trilha da Iódice, Jackson Araújo selecionou cantoras da nova geração francesa. Charlotte Gainsbourg, Carla Bruni…