V. Rom, quase feminino

De vez em quando acontece. Uma roupa criada para uso masculino desperta a cobiça das mulheres, efeito que se viu nas calças skinny e paletós justos que Hedi Slmiane assinava para Dior Masculino. E acabavam fazendo sucesso com as parisienses. Pode-se dizer o mesmo do verão da V.Rom, sem comprometer a masculinidade da coleção. Para eles, há calças cargo de bolsos franzidos, algumas com cós clochard (apertado por faixa), bermudas de moleton estampado, camisas ajustadas por pences e muito madras em tons cáquis e marrons,em calças, vestes e bermudas. É interessante o mix de trench-coat, paletó e capuz de abrigo de malha. A partir deste ponto, aparecem bermudas de poás em preto e branco, parkas em bleu-de-chine, macacões em estampas de flores azuis e bermudas de flores mínimas,em fundo vermelho, que ficariam lindas também em looks femininos.
Nada contra, pode ser uma vantagem, o embrião de uma linha para consumidoras adeptas deste casual. Ou representa a esperança de abrir espaço no jeito de vestir do brasileiro para roupas menos básicas e mais inovadoras.

Rodapé / circula a razão do atraso de André Lima. A maioria aposta na gravação ao vivo de um programa deTV / Já vi muitos motivos de atrasos em desfiles. A saber: depois de cinco horas trançando os cabelos das modelos,o estilista resolve mudar para madeixas lisas; sumiram todos os sapatos do camarim; outra versão, esqueceram de trazer os sapatos; a roupa não chegou. Foi roubada no meio do caminho; havia gravação de novela na sala de desfiles; esperavam um vip que perdeu um vôo na Ponte Aérea. Todas razões que já aconteceram, aqui ou nos eventos internacionais / Bem, polianamente falando, ainda bem que a platéia estava acomodada em cadeiras, e não nos banquinhos de papel-cartão

André Lima, glamour tardio

Uma hora e tanto de atraso, algumas desistências na platéia, e muitos gritos de protesto dos fotógrafos depois, André Lima enfim abriu a passarela com vestidos arredondados, em jérsei Acetatto. De Juliana Imai, em preto, aos vestidos chamalotados em cinza-grafite, o magenta com barra apertada por laço e visual tie dye em túnicas com as mangas continuando até as costas, foi um rápido correr de vestidos curtos e glamurosos. Mais rápido ainda, talvez para compensar o atraso, passaram os longos hollywoodianos, ao som de Como uma Deusa, hit da cantora Rosana. Cinturas marcadas, bustos drapeados, algumas mangas 3/4 e saias rodadas completaram a coleção. Carol Ribeiro foi a deusa final.

Rodapé / Rodrigo Trussardi, ex-Mixed, contou da SuperSuite Seventy Seven, marca que criou depois de ter mudado para Milão e Nova York. “A produção é toda no Brasil, já vendo para multimarcas na Europa e acabo de receber pedido da Nordstrom, da Califórnia”. A Super Suíte chega ao Brasil pela A-Teen, na A-Space, no shopping Iguatemi