Chuva no jardim de Reinaldo Lourenço

A anunciada síntese entre o fake e o natural do estilista que reúne a
platéia mais elegante de São Paulo resultou em uma probabilidade
climática chuvosa no suposto jardim neoclássico inspirador. Muitas
roupas em couro preto, desde a básica capa trench-coat até macaquinhos
tomara-que-caia, usados com botinhas abertas na frente e lenços na
cabeça deram a partida no conjunto que abriu a segunda-feira na
Bienal, onde se realiza a edição de verão da São Paulo Fashion Week.
Apesar de pesada, esta parte em couro foi a mais bonita da coleção, à
frente dos vestidos com sutiãs de flores ou com barras horizontais em
rosa e vermelho. O vestido-casaco (ou robe-mantô) florido com estampa
decorativa é bonito, mas também parece um tanto pesado para o verão.

Rodapé / entre os bons acessórios da semana, destaque para os chapéus
da Madame Olly, o ateliê liderado pelo Diaulas Novaes. Os modelos em
feltro estão lá, nas vendas de inverno, umas graças. Para a agenda de
telefones: (11) 3862-5051 / cena de fila A: um casal com sotaque
portenho se aboleta na fila A. A menina da assessoria, que controla os
lugares, pede para ver os convites, eles não têm. Quando convidados a
ceder as cadeiras para seus donos, alegam: “ah, mas temos que ter bons
lugares. Nós estamos vestidos para a primeira fila e esta gente toda,
não”. Ficaram em pé, esperando até que a assessora indicou um lugar lá
pela fila F. Onde ninguém deve ter notado a tal elegância deles