Huis Clos, para uso sem restrições
O que se imagina vestir em uma cidade, em clima quente? Superminissaia, sandálias de salto 20 e blusas transparentes? Ou um macacão gigante, aberto até a cintura, com cintão? A roupa de Clô Orozco está longe disto. As calças são pregueadas, quase pantalonas; os vestidos, pouco acima dos joelhos, as parkas, leves, em tom cinza que quase desaparece no movimento do trânsito. Eventualmente, um splash verde-lima, como definiu o editor Aylton Pimentel. Nos cintos, em camisas. O drapeado do momento, nos gelos e cinzas, faz bonitos vestidos, tops com alças em V. O espírito surfista também passou de leve, em barras azuladas e estampas de paisagens com ondas e ilhas nos vestidos soltos. Nada casual e banal, nem um pouco surfewear. Para adotar desde já, vale prender os cabelos com uma faixa-turbante.
Elegante, sem grandes invenções, a Huis Clos está pronta para vestir quem tem bom-senso. Se é que esta qualidade está na moda.
Rodapé / muitas reclamações eventuais atrasos. Quem, em sinal de protesto, sai da sala, é aclamado como herói. Sai para fazer o que? Fumar, ir ao banheiro, talvez escrever um texto urgente? Quem está internado na Bienal veio para ver desfiles, atrasados ou não. Como o atraso é previsível, em geral, seria melhor que o evento avisasse para entrar mais tarde na sala. Haveria tempo para o cigarro, o banheiro e o texto. E menos gritaria na sala