A semana de desfiles em Paris segue confirmando algumas referências muito de acordo com o estilo de vida da consumidora contemporânea. Primeiro, a preocupação com o meio-ambiente, a escassez de água, a poluição. Depois, a inspiração nas cidades, seus arranha-céus e a nova arquitetura.
O melhor exemplo em matéria de cuidado com o planeta é da dupla Marithé e François Girbaud, estilistas que ganharam fama na década de 80 como os primeiros designers a criarem roupas funcionais. Isto é, jaquetas com mochilas acopladas, jeans cheios de bolsos para andar de moto, calças que viravam bermudas, peças completamente fora do conceito glamuroso da moda daquela época.
Agora o casal deixou de lado este estilo alternativo. A coleção está mais focada nas tendências, inclui calças slim, pantalonas, cintos largos, cores do ano que vem (prata, gelo, preto, um toque de vermelho), estampas geometrizadas e uma queda para o gênero punk, em preto com aplicacões metálicas. Mas o melhor da coleção é o fato dos processos de produção. Técnicas a laser substituem as lavagens com pedras e água no envelhecimento e desgaste do jeans, e as cores claras lembram o gelo que derrete no planeta.

colares e pulseiras Swarovski lembram estruturas de arquitetura urbana
Os prédios modernos, os reflexos dos blindex fazem parte dos acessórios da Swarovski. Cristais facetados, com reflexos irregulares ou com estruturas metálicas emoldurando grandes pedras, aparecem em colares entremeados de correntes escuras, que podem ser superpostos com gargantilhas mais curtas. Ou em braceletes poderosos, que dispensam a pretensão de parecerem jóias, mas dão a mesma impressão de luxo que os brihantes e pedras preciosas. No show-room parisiense, na rue Saint-Honoré, a coleção dos cristais austríacos, assinada pela francesa Nathalie Colin-Roblique, explora também duas vertentes importantes para a Swarovski: as tiaras de noivas e as peças que atraem os 400 mil colecionadores (a maioria nos Estados Unidos e Itália) de bibelôs de cristal, adereços de Natal e as várias linhas de miniaturas.

Rodapé / o calor de 23 graus transforma as salas e tendas de desfiles em saunas para quem veste casacos e botas / a agenda não tem Cacharel. Parece que Inácio Ribeiro e Suzanne Clements saem da marca / na edição especial do Times os países emergentes considerados consumidores do luxo são a Rússia, a Índia e a China. Reconhecem as iniciais? São os países do bloco chamado BRIC. Mas o B, de Brasil, sequer é citado / O estilo Pataugas, dos calçados meio rústicos, meio gastos, está pegando. Similar ao que faz a nossa Gooc, que usa lonas, pneus velhos nos seus produtos. Mas a loja no Barrashopping podia ser mais clean, menos floresta